Há vários indícios de que tenha acontecido durante um assalto violento o homicídio de Francisco Lopes, de 78 anos. Mas essa não será a única hipótese em cima da mesa para a Polícia Judiciária. A mulher da vítima, Angelina Lopes, da mesma idade, também estava em casa. Com eles passava a noite, como era normal, uma empregada doméstica, de 62 anos, que dava assistência ao casal, ambos doentes e a precisar de oxigenação assistida contínua. A empregada estava amarrada e com sinais de agressão.
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O cenário de horror foi descoberto pelo vizinho, Ernesto Ferreira, e por duas funcionárias do Centro Social de Guardizela, que costumavam ir à Rua do Infantário levar o almoço aos idosos.
"O andar de baixo estava cheio de sangue. A mulher do senhor Lopes, em choque, tinha as mãos em cima da mesa e só dizia que o marido estava na cama", contou Ernesto Ferreira. A mulher estava noutra divisão da casa e praticamente não se apercebeu do assalto. Não conseguiu chamar as autoridades nem lhes soube explicar o sucedido.
"A porta estava arrombada e a senhora [a empregada] estava amarrada nas mãos e nos pés e com a cara toda rebentada. Estava sentada na cama onde costumava dormir". O JN sabe que Fátima Oliveira apresentava traumatismos na face e tinha as calças desapertadas.
A funcionária foi levada de manhã para o Hospital de Guimarães, mas seria transferida para Braga, para tratamento de uma hemorragia e realização de cirurgia plástica à cara. Já Francisco Lopes "estava deitado na cama, amordaçado" e sem vida, revela a testemunha. Tudo aponta para que a morte tenha ocorrido por asfixia mas só a autópsia trará certezas. .
Ainda segundo Ernesto Ferreira, "estavam três portas arrombadas e a casa remexida". Os canhões das portas, em alumínio, estavam "no chão", acrescenta o vizinho, que não tem dúvidas de que se tratou de "um assalto".
Francisco não tinha filhos e trabalhou em França. A sua paixão eram as armas.