O Juízo de Instrução Criminal do Baixo Vouga está a ouvir o arguido do processo Face Oculta Namércio Cunha, num interrogatório que vai prosseguir segunda-feira de manhã, disse hoje, sexta-feira, o juiz-presidente da comarca, Paulo Brandão.
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Depois de ser apresentado ao procurador do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Aveiro, Namércio Cunha passou a ser ouvido pelo juiz de instrução António Costa Gomes.
Conforme adiantou o juiz-presidente da comarca do Baixo Vouga, não será possível concluir hoje o depoimento perante o juiz de instrução.
Segundo a investigação, Namércio Cunha estabelecia a ponte entre o principal arguido, o empresário Manuel Godinho, e a Redes Eléctricas Nacionais (REN), a empresa dirigida por José Penedos, outro arguido do proceso.
Desde o dia 30 de Outubro, altura de início dos interrogatórios judiciais, um arguido já foi colocado em prisão preventiva (o empresário Manuel Godinho) e dois outros foram suspensos de funções: Manuel Guiomar, quadro da Refer, e Mário Pinho, funcionário da Repartição de Finanças de São João da Madeira.
A Polícia Judiciária (PJ) desencadeou no dia 28 de Outubro a operação "Face Oculta" em vários pontos do país, no âmbito de uma investigação relacionada com alegados crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel José Godinho.
No decurso da operação foram efectuadas cerca de 30 buscas, domiciliárias e a postos de trabalho, e 15 pessoas foram constituídas arguidas, incluindo Armando Vara, vice-presidente do Millennium BCP, José Penedos e o seu filho Paulo Penedos, advogado da empresa SCI-Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica SA, de Manuel José Godinho.
Um administrador da Indústria de Desmilitarização da Defesa (IDD) também foi constituído arguido no processo "Face Oculta", segundo o presidente da EMPORDEF, a holding das indústrias de defesa portuguesas.