Armando Vara pediu, esta quarta-feira, aos juízes do tribunal de Aveiro, acesso a todas as escutas com José Sócrates relativamente às quais, como é público, foi dada ordem de destruição. Mas os juízes negaram o pedido.
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Os juízes do processo Face Oculta negaram o acesso a escutas de Armando Vara com José Sócrates com o fundamento de que o assunto das escutas do ex-primeiro-ministro mandadas destruir está a aguardar decisão no Tribunal Constitucional.
O objectivo do ex-ministro do PS era contextualizar duas escutas agora juntas como prova ao processo Face Oculta que demonstrariam a sua influência junto do ex-primeiro-ministro, alegadamente suficiente para travar a demissão do presidente da CP, Cardoso dos Reis.
Em causa está especificamente um SMS de Vara para Sócrates no qual alerta o então chefe de Governo para o que iria passar se na CP.
O advogado de Vara, Tiago Rodrigues Bastos, diz que o acesso as escutas com Sócrates é fundamental para explicar o contexto da comunicação entre os dois socialistas.
Se não lhe for atendido o pedido, argumenta, todas as escutas estarão feridas de nulidade.
Nas sessões anteriores, recorde-se, Vara manifestou-se contra a inclusão das escutas como nova prova tendo em vista reforçar indícios de crime de tráfico de influências.