O Tribunal de Coimbra condenou, esta quarta-feira, a penas de prisão que variam entre os 11 e os oito anos e meio os seis arguidos implicados no rapto e roubo de um empresário de Condeixa-a-Nova em Agosto de 2009.
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Um dos arguidos, Fernando, viu ser-lhe aplicada pelo tribunal a pena de 11 anos de prisão, agravada pelo facto de ser reincidente, "com um vasto cadastro criminal". Wanda e José receberam, cada um, condenações de nove anos e seis meses.
Os restantes três arguidos, Nuno, Emanuel e Bernardo, este de nacionalidade espanhola, receberam cada um do tribunal penas de oito anos e seis meses.
Patrício, empresário residente em Condeixa-a-Nova, foi raptado em 2009 quando chegava a casa na sua viatura e durante quatro dias foi mantido num compartimento de uma oficina na Lousã, que serviria de base aos raptores.
Durante esse período, foi sujeito a dias "de terror, sem água, nem alimentos e agredido aos murros e pontapés", bem como a choques eléctricos e a ameaças de arma de fogo, referiu o juiz presidente.
"Praticaram os crimes com elevado grau de perversidade", sublinhou, na leitura do acórdão, reportando-se à prova produzida, em particular a partir de escutas telefónicas.
Na base do rapto terá estado uma alegada dívida de 35 mil euros a um dos arguidos. Este terá recorrido da ajuda dos restantes para exigir a cobrança e "para se apropriarem de mais algum" dinheiro, pois tinham ideia de que a vítima seria possuidora de 20 milhões de euros.
Foi também esse engodo que o empresário utilizou para pôr termo ao rapto. Convenceu os arguidos de que tinha esse valor num cofre de uma dependência bancária ao lado da Igreja de Santa Cruz, na baixa de Coimbra.
Deslocando-se com arguidos à dependência bancária, a vítima conseguiu pedir socorro aos funcionários bancários, que solicitaram a intervenção das forças policiais.
O tribunal, que estabeleceu as penas pela prática dos crimes de rapto, roubo e dano, condenou ainda os arguidos a uma indemnização de 60 mil euros por danos não patrimoniais.
A leitura do acórdão foi rodeada por elevadas medidas de segurança, com mais de uma dezena de agentes de forças especiais armados de pistolas e armas automáticas, quer no interior da sala de audiências, quer nas imediações do tribunal.
A advogada Patrícia Silva, defensora do principal arguido, Fernando, revelou à agência Lusa que irá analisar no acórdão os fundamentos para um eventual recurso para o Tribunal da Relação.