"Quebra de regras" frente ao Parlamento "não devia ter acontecido", disse Passos Coelho
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou, esta sexta-feira, que o que se passou na quinta-feira, na escadaria da Assembleia da República, na manifestação de elementos das forças de segurança, "não devia ter acontecido".
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"Todas as manifestações que legitimamente expressam a vontade daqueles que se querem manifestar dentro das condições e regras democráticas, não deviam ficar ensombradas pelo facto de manifestantes, que pertencem a forças de segurança, terem quebrado as regras", afirmou, esta sexta-feira, em Vilamoura, à margem da II Cimeira do Turismo Português.
O governante disse que a invasão da escadaria do parlamento pelos manifestantes "não é um bom indicador da própria autoridade das forças de segurança" e os acontecimentos "devem servir para, com as próprias forças de segurança, dar uma consequência àquilo que se passou para que não haja um enfraquecimento no cumprimento do seu dever".
"E isso é muito importante, na medida em que cumpre às forças de segurança defender a lei e a ordem e defender as regras, como de resto têm feito até hoje de forma notável", acrescentou, advertindo que "o maior prejuízo do que se passou pode ser mesmo para o prestígio das próprias forças de segurança e para a tranquilidade dos portugueses".
Relativamente à demissão do diretor nacional da PSP, Paulo Valente Gomes, na sequência dos acontecimentos de quinta-feira, afirmou: "Eu espero que na sequência da substituição do chefe nacional da polícia, o sr. ministro da Administração Interna possa dar um contributo para que esta questão possa ser reanalisada, a questão da segurança", disse, salientando que "não é necessário rever regras, o que é preciso é cumpri-las".
Sobre a eventual abertura de um inquérito aos acontecimentos que levaram à invasão da escadaria do parlamento, o primeiro-ministro remeteu uma posição para o ministro da tutela.
Milhares de polícias manifestaram-se na quinta-feira em Lisboa e, depois de derrubarem uma barreira policial, conseguiram chegar à entrada principal da Assembleia da República, onde cantaram o hino nacional e depois desmobilizaram voluntariamente.
Os acontecimentos já levaram à demissão do diretor-nacional da PSP.