Corpo do artigo
O primeiro-ministro José Sócrates comentou, ontem, o quarto dia consecutivo de confrontos entre grupos e a Polícia, no Bairro da Bela Vista, em Setúbal, garantindo que o Governo tudo fará para "restabelecer os valores da tranquilidade e da segurança" e deixando uma "palavra de confiança" à polícia portuguesa. "Nos Estados democráticos não se ataca a Polícia", disse, sublinhando que a segurança "é a primeira das liberdades e isso compete à Polícia", que está a fazer "um grande trabalho" e a "dar o seu melhor" na Bela Vista.
À tarde, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, reuniu, no Governo Civil de Setúbal, com a governadora civil, a presidente da câmara local e com o director nacional da PSP, Oliveira Pereira. No final do encontro, disse que o que se tem estado a passar no bairro "é um ataque intolerável à comunidade e ao Estado democrático" e garantiu que a PSP irá continuar "o tempo que for necessário para evitar e reprimir actos de vandalismo", no bairro ou "em qualquer ponto do país".
Os incidentes na Bela Vista - ontem noticiados pela agência de notícias France Press - foram comentados pela Oposição. Francisco Louçã, do BE, disse que esta situação é um alerta para a necessidade de "políticas capazes de cuidar das pessoas em vez de demagogia".
Jerónimo de Sousa, do PCP, diz que "só atacando as causas do agravamento da situação económica" se podem evitar estes problemas. E Paulo Rangel, do PSD, defendeu que a criminalidade urbana deve passar a fazer parte da agenda europeia.
