O bastonário da Ordem dos Advogados afirmou, este sábado, na Figueira da Foz, que há escritórios de advogados que estão a "alugar" o seu espaço, "à hora", a colegas sem instalações próprias para se reunirem com clientes.
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António Marinho e Pinto intervinha no Congresso dos Advogados sobre a problemática do domicílio fiscal, num contexto de massificação e precarização da advocacia. Segundo o bastonário, o aluguer de espaços à hora - e usou propositadamente o termo "aluguer", apropriado a bens móveis, e não "arrendamento", para imóveis - sucede, sobretudo, na área de Lisboa.
Quem recorre àquele tipo aluguer de espaços em escritórios serão advogados sem capacidade para ter instalações próprias. Marinho e Pinto defendeu que esta problemática também deve ser discutida na perspectiva de os advogados terem domicílio profissional na sua própria residência. O debate em causa tem decorrido na secção que discute "A advocacia na reforma da Justiça", no Centro de Artes e Espectáculos, na Figueira da Foz.
Vários intervenientes colocaram o problema de os advogados sem domicílio profissional se reunirem com os seus clientes em locais públicos. Sustentou-se que isso põe em causa a dignidade da profissão e coloca, igualmente, questões de sigilo profissional, pelo risco de as conversas entre os advogados e os clientes serem escutadas por terceiros.