
O advogado e mentor do Serviço Nacional de Saúde, António Arnaut, apelou ao ministro Paulo Macedo para que reconsidere e evite a greve dos médicos agendada para os próximos dias 11 e 12.
"Faço um apelo pessoal e institucional para que o ministro da Saúde reconsidere a sua atitude e, em concertação com os médicos, evite esta greve, com a qual, aliás, a própria Ordem concorda", afirmou, à agência Lusa, António Arnaut.
Para evitar essa paralisação, o responsável pela pasta da saúde "tem de assumir um compromisso solene com os médicos", designadamente, no sentido de "fazer as grelhas salariais, de forma a prestigiar as carreiras profissionais", sustenta o antigo ministro dos Assuntos Sociais.
Paulo Macedo - apela António Arnaut - "tem de compreender a justa razão da classe médica", cuja greve anunciada não resulta de "uma atitude corporativa", mas visa, antes de mais, defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"É uma ignomínia, é indecoroso e humilhante contratar técnicos qualificados, que tratam da nossa saúde e das nossas vidas, pelo preço mais baixo, como quem compra uma mercadoria", salienta o advogado de Coimbra, na "esperança de que o ministro da Saúde reconheça que os médicos têm a razão do seu lado".
Os médicos e os outros profissionais de saúde "são a pedra angular do SNS", adverte.
Não há tempo, até aos dias 11 e 12, para negociar com os sindicatos, mas "se houver da parte do ministro um compromisso solene" no sentido de "dignificar as carreiras profissionais" do setor, António Arnaut admite que "talvez seja possível criar um armistício".
As reivindicações dos médicos "não são corporativas, têm a ver com a defesa da dignidade da classe", defende António Arnaut, considerando que "não há SNS sem carreiras profissionais dignificadas".
O ministro da Saúde tem afirmado que quer defender o SNS e "chegou a hora da verdade, chegou a hora de passar das palavras aos atos e de mostrar se realmente quer sarar ou enterrar o SNS", desafia o cofundador do PS.
