Os dois independentistas das Canárias que desembarcaram nas Ilhas Selvagens e que apresentaram uma bandeira daquela região, permanecem no local, onde já está a Marinha portuguesa.
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De acordo com as informações prestadas à agência Lusa pelo vigilante do Parque Natural da Madeira, os dois ativistas mantêm-se "em terra", aguardando por uma decisão por parte da Marinha portuguesa, que, na terça-feira, enviou um navio patrulha para aquelas ilhas, que chegou lá pelas 23.00 horas.
A Alternativa Nacionalista Canária (ANC), que na segunda-feira protagonizou um protesto nas Ilhas Selvagens, insistiu esta quarta-feira que se tratou de uma ação "meramente simbólica e pacífica" que pretendia alertar para os riscos das prospeções petrolíferas na zona.
Pedro Gonzalez, porta-voz da ANC, disse à agência Lusa lamentar que esse objetivo tenha sido ignorado com tantas referências à questão da soberania do arquipélago das Selvagens, que pertence a Portugal.
"Queremos deixar bem claro que em nenhum momento fizemos quaisquer reivindicações sobre a soberania das Selvagens para Espanha. Aliás, nós reivindicamos a independência das Canárias", explicou.
"Isto não tem nada que ver com antigos conflitos que possam haver entre Espanha e Portugal", disse.
Gonzalez recordou que os ativistas que chegaram no início da semana ao arquipélago levavam uma bandeira independentista Canária, "um símbolo de luta nas Canárias, mas que não é reconhecido institucionalmente".
"Dizer que há um conflito com a soberania não faz sentido, não é a bandeira de um Estado. É um símbolo e uma bandeira, mas de uma nação sem Estado", declarou à Lusa.
O porta-voz insistiu no objetivo da ação - que levou militantes da ANC a desembarcarem nas Selvagens - pretende "exclusivamente dar a conhecer ao mundo o descontentamento relativamente às prospeções petrolíferas" que vão ser realizadas pela Repsol ao largo das Canárias.
"A nossa é uma preocupação ambiental com o arquipélago canário e inclusive com o das Ilhas Selvagens. Nunca atuámos de forma violenta, a ação pretendeu apenas servir como pedido de ajuda para que se proteja o meio ambiente marinho", explicou Gonzalez.