O estado de saúde da auxiliar de enfermagem espanhola infetada com o ébola agravou-se desde a manhã desta quinta-fera. O irmão confirmou um cenário "complicado" e de "pouca esperança". Este é o primeiro caso de contágio na Europa e tem motivado grande consternação em Espanha, com uma troca acesa de críticas entre as autoridades e o pessoal médico.
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Teresa Romero, de 44 anos, que deu entrada no Hospital de Alcorcon na passada segunda-feira, começou ontem a apresentar um quadro muito debilitado e problemas pulmonares. Anteontem, a própria reconheceu à comunicação social espanhola que pode ter ficado infetada após uma falha no manuseamento do equipamento.
Ontem, notícias mais recentes davam conta que terá havido falhas em todas as fases deste processo. Funcionários sanitários, por exemplo, culpam as autoridades pela falta de formação dada às equipas envolvidas na resposta ao vírus, com dúvidas sobre o tipo de fato protetor usados e sobre outras normas de segurança. Já o médico que tratou Teresa Romero veio a público dizer que o fato protetor que usara era curto. O médico especificou que as mangas do fato não cobriam a totalidade dos braços. Juan Manuel Parra haveria de decidir ainda ontem passar ao isolamento.
Entretanto, o conselheiro de Saúde da Comunidade de Madrid, Javir Rodríguez, que na quarta-feira dirigiu palavras duras à enfermeira infetada, acusando-a de mentir sobre o seu estado de saúde, veio ontem suavizar o discurso, considerando que Teresa Romero terá ocultado alguma informação sobre o seu estado de saúde. Já o Governo regional madrileno e o Ministério da Saúde espanhol, foram mais contidos, continuando a defender os protocolos em vigor e afirmando que o caso de Teresa Romero se deveu a "um desgraçado erro humano".
Certo é que não param as denúncias de erros ao longo deste processo. Um dos homens que transportou Teresa Romero até ao hospital contou que a ambulância não foi logo desinfetada, apenas depois de o caso estar confirmado. Entretanto, terão sido transportadas outras pessoas.