"E esta maré ainda é a mais pequena", afirma ao JN Manuel Fonseca Penetra. O pescador estava esta manhã de sábado, em Esposende, junto à lota, a tentar salvar a embarcação "Rui Manuel". "Não me lembra de ver o tempo assim. Estou a tentar salvar o que posso, mas já tenho aqui algumas avarias", disse, em jeito de quem não pode fazer mais nada e pôr-se a salvo.
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Ao longo da foz do Rio Cávado há embarcações afundadas, quer na zona da marina de Esposende, assim como na lote e na margem de Fão. Os danos são elevados.
Logo às primeiras horas da manhã, registou-se um ferido na nacional 13 que atravessa a cidade. Um mulher foi atingida por umas chapas de uma obra no passeio. Os Bombeiros Voluntários de Esposende socorreram a vítima, indicando "que os ferimentos foram ligeiros".
Um pouco por todo o concelho, e fruto das rajas de vento e da chuva que caiu durante toda a noite, há registo de muitas árvores caídas e inundações, em especial na zona do Fôjo, em Fão.
O rio Cávado isolou um estabelecimento comercial e transformou o antigo campo de futebol de Ofir apto para o desporto náutico. O sistema dunar está a ser fortemente atingido pela força da água e vento. A "Restinga" está desaparecer, havendo mesmo neste local um abrigo para pássaros que ficou completamente destruído.
A costa de Apúlia também está a ser atingida pela forte ondulação marítima e um ribeiro transformou-se em rio, alagando campos e estufas. Junto ao Minipreço da Esposende, uma árvore de grande porte quase atingia alguns clientes. A via ficou cortada ao trânsito.
No centro de Esposende, as montras de algumas lojas voaram. Num dos principais supermercados da zona pedonal, a estrutura metálica cedeu e, pouco metros à frente, já havia quem limpasse os estilhaços de vidro de uma loja de bicicletas.
"Estava aqui uma mulher que por pouco não era atingida", indicou Hugo Rocha, da loja, enquanto limpava o que sobrou da montra.
Os Bombeiros de Esposende e Fão, assim como a Proteção Civil de Esposende e GNR local, estão a ocorrer a todas situações.