BE chama Relvas, administração e trabalhadores ao Parlamento sobre imagens da RTP
O Bloco de Esquerda entregou esta quinta-feira um requerimento à Assembleia da República para ouvir, entre outros, o presidente do Conselho de Administração da RTP, o diretor de informação demissionário Nuno Santos e o ministro Miguel Relvas.
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"O diretor de informação da RTP demitiu-se na sequência da suspeita de atropelos ao estatuto dos jornalistas em curso neste momento na RTP. Em causa a eventual cedência ao Governo ou a forças policiais, ou a visualização por pessoas estranhas à RTP, de imagens captadas pelas diversas câmaras envolvidas na cobertura das atividades relativas à manifestação e greve geral de 14 de novembro, sem que tenha existido qualquer mandato judicial para o efeito", diz a nota enviada à Lusa.
"Ao abrigo do Estatuto dos Jornalistas, nomeadamente do seu artigo 11.º, as imagens e sons não editados nem transmitidos, têm a mesma proteção legal das notas dos jornalistas. Não é possível ter acesso a este material sem autorização de magistrado", sublinha o documento, que pede a "audição urgente" do diretor de informação da RTP demissionário, Nuno Santos, do Conselho de Redação da RTP, da Comissão de Trabalhadores da RTP, do presidente do Conselho de Administração (CA) da RTP, do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares e do Sindicato dos Jornalistas.
O diretor de Informação da RTP, Nuno Santos, demitiu-se na quarta-feira, dia 21, na sequência da alegada disponibilização a "elementos estranhos" à RTP de imagens não emitidas da manifestação junto ao Parlamento no passado dia 14, que a Direção de Informação demissionária nega.
Na sequência da demissão de Nuno Santos, a administração da estação afirmou em comunicado que "responsáveis da Direção de Informação facultaram a elementos estranhos à empresa (...) imagens dos incidentes" que ocorreram no dia da greve geral, em frente ao Parlamento.
O CA da RTP disse ainda, no mesmo documento, que "não foi consultado ou sequer informado, nem sobre qualquer pedido, nem sobre a presença de elementos estranhos à empresa, dentro das suas instalações".