Belas-Artes do Porto impede acesso a segundo semestre a quem não pagou propinas
Os estudantes de Belas-Artes da Universidade do Porto que ainda não pagaram uma parte das propinas foram impedidos, este mês, fevereiro, de se inscreverem nas disciplinas do segundo semestre, disse esta terça-feira fonte da Associação de Estudantes.
Corpo do artigo
A Associação de Estudantes da Universidade do Porto convocou uma conferência de imprensa para a próxima quarta-feira pelas 13.15 horas para denunciar esta situação e outras "asfixias financeiras" que os alunos estão a sentir, disse esta terça-feira à Lusa a estudante Maria Silva.
Segundo aquele elemento da Associação de Estudantes (AE), no dia 2 de fevereiro vários alunos foram impedidos de "se inscreverem nas disciplinas semestrais", com o argumento de não terem pago parte das propinas.
A propina é de cerca de mil euros anual e os estudantes, para poderem inscrever-se, terão de pagar cerca de 500 euros até ao final da semana.
"Os estudantes sempre puderam pagar as propinas na sua totalidade no final do ano" e "sempre puderam matricular-se a todas as disciplinas", declarou a estudante, acrescentando que esta interdição abrange também alunos bolseiros que só recebem a resposta sobre se adquirem a bolsa em junho próximo.
Com as propinas em atraso, "os alunos não se podem inscrever nas disciplinas do semestre seguinte", pois o que acontece é as vagas ficarem preenchidas e os alunos ficam impedidos de se inscreverem em disciplinas obrigatórias, explicou.
A "asfixia financeira" fez com que os prazos dos pagamentos das propinas fossem alterados. Em vez de terem que ser pagas "imediatamente antes das matrículas do ano seguinte, até setembro", neste momento têm que ser pagas "até ao final desta semana", continuou Maria Silva.
A estudante chama a atenção para o facto de que "os regimes de autofinanciamento e de gerar receitas próprias para o sustento" daquela Faculdade, fez com que haja desigualdades entre os alunos da instituição.
Outro problema é a questão dos créditos.
"Em cada semestre podem ser usados 42 créditos", mas um aluno que tenha feito melhorias fica "sem créditos para se inscrever em cadeiras obrigatórias no semestre seguinte", acrescenta a estudante de Belas-Artes.
Devido à falta de créditos disponíveis, a Faculdade de Belas Artes cobra "mais de 200 euros por unidade curricular", o que pode chegar a representar um acréscimo de "400 euros para cumprir o percurso académico que se esperava cumprir".
A AE está a lutar para que a fase de inscrições seja reiniciada e que seja "retirado o impedimento no pagamento das propinas" para que os alunos se encontrem todos "em pé de igualdade", esclareceu Maria Silva.
A Lusa tentou obter um comentário de responsáveis da faculdade de Belas-Artes a esta alteração nas inscrições nas semestrais, mas não foi possível em tempo útil.