O bispo auxiliar de Lisboa criticou hoje, segunda-feira, o "espectáculo degradante" da aprovação do Orçamento do Estado para 2011 e reconheceu que a greve geral é um alerta para os políticos.
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"O espectáculo degradante que foi dado aquando da aprovação do Orçamento não nos anima muito sobre a possibilidade de estas lideranças levarem por diante aquilo que sem o qual o país não vai aguentar", afirmou aos jornalistas Carlos Azevedo, em Fátima, onde participa na Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.
Considerando a actual situação "muito séria" para que "os líderes políticos não a levem com grande consciência das consequências", o também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social alertou que se está "no limite".
Questionado sobre a greve geral, anunciada pelas centrais sindicais UGT e CGTP para dia 24, Carlos Azevedo admitiu que, quando "há descontentamento", o momento é "aproveitado por algumas forças políticas e sociais" para o manifestar.
"Uma greve não é para resolver os problemas, mas pelo menos é um alerta para que as forças sociais, sobretudo nesta hora, e políticas, sobretudo políticas, sejam capazes de se entender", declarou, acrescentando: "A situação é tão grave que não é possível que se mantenha sem um grande pacto social que envolva sobretudo os dois grandes partidos."