Cavaco propõe "bolsa única de recursos humanos e financeiros" para promover língua portuguesa
O Presidente da República sugeriu, esta segunda-feira, a criação de "uma bolsa única de recursos humanos e financeiros" no seio da Comunidade de Países de Língua Portuguesa para apoiar a promoção de língua portuguesa e programas de cooperação entre membros.
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Discursando na cerimónia de inauguração da nova sede da CPLP, Cavaco Silva reiterou que o português é "um idioma de que há muito justifica a sua elevação oficial a língua oficial nos diferentes organismos internacionais de que são membros os Estados da CPLP, começando, desde logo, pelas próprias Nações Unidas".
A este propósito, o Presidente lembrou o seu discurso feito em português no primeiro debate aberto do Conselho de Segurança das Nações Unidas sob presidência portuguesa, em Nova Iorque.
"A nossa língua é já hoje a sexta mais falada no mundo e, ainda mais importante, um dos idiomas em maior expansão, fruto não só do crescimento demográfico dos nosso países mas, também, do aumento exponencial no interesse que vem suscitando a nível global", declarou Aníbal Cavaco Silva.
Para o Presidente da República, esta realidade "constitui um extraordinário activo estratégico, em termos políticos e económicos", que obriga todos os países membros da CPLP a apostarem "na educação e na formação" em língua portuguesa "como prioridade".
"Sabemos que nem todos temos os mesmos recursos no domínio da língua", notou Cavaco, que neste contexto defendeu "uma concertação de esforços a nível político, que permita criar condições logísticas e financeiras para que aqueles que dispõem de meios humanos possam apoiar quem mais deles necessita".
"A CPLP poderia ser o fórum ideal para essa reflexão conjunta e para adopção de programas de cooperação abrangendo todos os seus membros, com base numa bolsa única de recursos humanos e financeiros", advogou.
Na sua intervenção, o chefe de Estado salientou mais do que uma vez as "oportunidades de índole política e económica" que pode trazer a "expansão da língua portuguesa como verdadeira língua universal".
"Importa prosseguir os esforços no sentido da implementação efectiva das orientações dos chefes de Estado e Governo nesta matéria e, em particular, das medidas previstas no plano de acção de Brasília", sublinhou.
Cavaco Silva e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não prestaram declarações aos jornalistas.
No final da sessão, ao entrar para a viatura oficial, Passos disse apenas aos vários jornalistas presentes: "Falamos mais logo, pode ser?"