A China lançou, esta quinta-feira, o seu primeiro módulo experimental como parte de um programa que pretende dar ao país uma estação espacial permanente até 2020.
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O foguete tipo Langer Marchs 2FT1 , que transporta a nave Tiangong-1 (Palácio Celeste), descolou no horário previsto, às 21.15 horas (14.15 horas em Portugal continental), da base de Jiuquan, no deserto de Gobi.
Dez minutos depois do lançamento, o Tiangong-1 separou-se sem qualquer problema, a 200 km da Terra, antes de abrir os dois painéis solares, anunciou a agência noticiosa oficial Xinhua.
Menos de 30 minutos após o lançamento, Chang Wanquan, director dos programas espaciais tripulados chineses, anunciou que a operação foi um "sucesso".
O presidente Hu Jintao esteve presente no Centro de Controle de Voos Espaciais de Pequim para assistir ao lançamento. Também o primeiro-ministro Wen Jiabao e o vice-presidente Xi Jinping marcaram presença.
Ao módulo, um protótipo que terá vida útil de dois anos no espaço, vai juntar-se, dentro de um mês, a nave não tripulada Shenzhou VIII. A Shenzhou IX e a Shenzhou , vão ser lançadas mais tarde e pretendem levar pelo menos um astronauta a bordo.
A Tiangong-1 girará em uma órbita a 350 km de altura, mais do que da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla original), e depois descerá até aos 343 km para a junção com a nave Shenzhou VIII.
A tecnologia de acoplamento espacial torna-se complexa já que as duas naves estão situadas na mesma órbita e movimentam-se a 28.000 km/h em redor da Terra. Para evitar a destruição as naves, estas devem aproximar-se progressivamente antes da união.
"Os chineses utilizam sistemas de acoplamento idênticos aos sistemas russos porque o programa Shenzhou se assemelha muito à tecnologia do tipo Soyuz", declarou à AFP Isabelle Sourbès-Verger, especialista no programa espacial chinês no Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) francês.
Para construir até 2020 uma estação orbital como a russa Mir ou a ISS, na qual uma tripulação pode viver de forma autónoma durante vários meses, "a China tem de fazer vários testes antes da saída de órbita da Tiangong-1 no ano de 2013".
"Se os chineses demonstrarem uma capacidade de acoplamento que funciona bem, vão estar em posição de poder aspirar ao acesso à Estação Espacial Internacional", afirmou a cientista francesa.
Mas para Morris Jones, analista australiano de questões espaciais, "os maiores problemas dos chineses para participar na ISS são de ordem política. O governo dos Estados Unidos é contra essa integração".