Um grupo de investigadores portugueses criou um Microchip de DNA que ajuda a prevenir os dramáticos episódios de morte súbita em atletas de alta competição, como sucedeu por exemplo ao húngaro Miklos Feher em 2004.
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Esta nova tecnologia, que foi apresentada, esta quinta-feira, e revelada num hotel em Cascais, faz a análise de mutações de DNA que permitem detetar se uma pessoa está sujeita a um risco elevado de sofrer de Miocardiopatia Hipertrófica, uma condição especialmente grave e o principal causador de morte súbita nos atletas.
"Todos deviam fazer este teste. Isto representa uma esperança para o atleta. Estamos a dar oportunidades de vida. O primeiro sintoma de morte súbita é a morte súbita, por isso, não há esperança", lembrou Ana Teresa Freitas, uma das investigadoras e responsáveis pelo aparecimento desta tecnologia em Portugal.
Este Microchip de DNA foi desenvolvido no Instituto Superior Técnico (IST) e no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Investigação e Desenvolvimento de Lisboa (INESC-ID), durante mais de sete anos, e vai ser lançado no mercado pela empresa SHPG-HeartGenetics.
"Está ainda em análise o valor final de mercado, mas não será dispendioso. Será acessível, não só aos clubes, mas também às famílias portuguesas. Estamos ainda a negociar por isso não posso avançar valores, mas esperamos ter o produto no mercado a partir de agosto ou setembro", explicou Pedro Ribeiro, presidente da SHPG-HeartGenetics.
Ao todo, mais de 400 pessoas, incluindo atletas de alta competição, foram testadas com sucesso durante a elaboração final deste Microchip de DNA.
"Os atletas que faleceram, infelizmente tinham uma bomba relógio que não sabiam que tinham e que não foi desativada. Este chip permite prevenir a morte súbita, permite proteger o atleta e garantir a sua vida", reforçou Ana Teresa Freitas.
Na apresentação desta tecnologia esteve o antigo futebolista Hélder, que em 2003/2004 viveu de perto a morte do húngaro Miklos Feher, durante um jogo entre o Benfica e o Vitória de Guimarães, no Minho.
"É um passo enorme na medicina desportiva. Com isto, podemos evitar casos como o do Feher. É um avanço muito importante", afirmou o ex-internacional português.
Além do antigo avançado húngaro, que morreu aos 24 anos, Pavão também seguiu esse destino, num jogo entre o FC Porto e o Vitória de Setúbal, em 1973, assim como o basquetebolista Paulo Pinto, que perdeu a vida em campo, no ano de 2002.
Mais recentemente, o inglês Fabrice Muamba, médio do Bolton de Inglaterra, que caiu inanimado durante um jogo devido a uma paragem cardíaca, tendo sido salvo pela rapidez da assistência médica que recebeu.