As condições atmosféricas que se se têm registado, este sábadio, no território continental, com fortes chuvas e ventos, causaram inundações, quedas de árvores, trânsito interrompido, quedas de muros e pessoas desalojadas.
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O trânsito na ponte 25 de Abril, que liga Almada a Lisboa, esteve interrompido este sábado de manhã, devido aos fortes ventos e chuva, tendo a circulação sido restabelecida pelas 12 horas.
Na cidade de Lisboa registaram-se 22 inundações "sem gravidade", e a queda de várias estruturas, revestimentos, cabos elétricos e árvores, segundo informações dos Sapadores Bombeiros.
No norte do país, um tornado provocou danos em 14 habitações no concelho de Paredes, desalojando mais de 50 pessoas, segundo dados da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que registou também estragos num armazém e numa fábrica de móveis, em oito veículos e falhas no fornecimento de eletricidade.
Em Mirandela, um deslizamento de terras na madrugada de hoje atingiu três edifícios no loteamento Princesa do Tua e obrigou à evacuação das seis habitações, disse o presidente da Câmara local, António Branco.
Apesar de o deslizamento ter atingido de forma mais direta um dos edifícios, outros dois ficaram em situação instável, estando, neste momento, todos selados.
Nos três distritos alentejanos registaram-se vários incidentes devido às condições atmosféricas. No distrito de Beja registaram-se três pequenas inundações e a queda de cinco árvores, sem causar danos materiais, nem vítimas, revelaram os bombeiros.
As quedas de árvores verificaram-se nos concelhos de Vidigueira (duas), Ourique, Beja e Mértola (uma em cada), sem provocarem, contudo, "quaisquer danos", disse fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja.
Quanto às três "pequenas inundações", igualmente sem prejuízos, acrescentou a mesma fonte, registaram-se nos concelhos de Moura (duas) e Barrancos (uma).
No distrito de Évora registaram dez pequenas inundações e 11 quedas de árvores, tendo ainda caído um "placard" publicitário e voado as chapas que delimitavam uma obra, sem causar danos.
O CDOS de Évora indicou que os bombeiros foram mobilizados para "três quedas de estruturas", todas no concelho eborense.
No distrito de Portalegre, onde a chuva e vento forte se fizeram sentir, registaram-se 11 quedas de árvores em vários concelhos, uma pequena inundação numa via e o deslizamento de um muro, informaram os bombeiros.
"Todas estas situações ocorreram entre as 9 e as 10 horas", altura em que "choveu muito e havia vento forte", revelou o CDOS de Portalegre.
As quedas de árvores foram registadas em diversos concelhos, com Gavião a ser o mais afetado (três árvores), seguindo-se os de Castelo de Vide, Nisa e Crato, com duas em cada.
Os bombeiros foram mobilizados também para resolver uma queda de árvore em Campo Maior e outra em Marvão, precisou o CDOS.
A "pequena inundação" aconteceu "numa rua em Fortios", arredores de Portalegre, enquanto o deslizamento de um muro verificou-se em Alter do Chão, junto à estrada que liga esta vila à de Fronteira.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê uma ligeira melhoria do estado do tempo a partir da tarde deste sábado e até segunda-feira, quando a chuva e o vento fortes vão regressar.
"A partir do início da tarde [de hoje], há uma tendência para melhorar. A precipitação já não vai ser tão intensa e o vento também vai diminuir de intensidade", disse à Lusa o meteorologista Ricardo Tavares.
No domingo, o estado do tempo deverá manter-se com chuva e vento mais fracos, mas para segunda-feira prevê-se "chuva mais forte e vento forte com rajadas", segundo o meteorologista, que admite que possa ser emitido um novo aviso meteorológico para esse dia.
Atualmente o IPMA mantém um aviso amarelo - o segundo menos grave de uma escala de quatro -- em dez distritos do país - Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Setúbal, Beja e Faro.
Quanto à queda de neve, a previsão para hoje é de que iria ocorrer acima dos 1400 metros, mas ao longo do dia vai baixando até aos 800 metros.
"Vai nevar nas cotas mais baixas, mas sem a intensidade desta manhã", afirmou Ricardo Tavares, do IPMA.
No que respeita à agitação marítima, o meteorologista indicou que o aviso laranja - o segundo mais grave numa escala de quatro - foi alargado em toda a costa até ao início de domingo e admite que na segunda-feira volte a ser acionado.
"Até ao dia 8, o aviso vai estar entre amarelo e laranja", afirmou.