Cerca de duas dezenas de pessoas beneficiárias do Rendimento Social de Inserção manifestaram-se, esta terça-feira, no Porto, contra os cortes a que terão sido sujeitas e entregaram um abaixo-assinado nas instalações da Segurança Social.
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(C/FOTOS)
O grupo de manifestantes, do qual faziam parte algumas crianças, reuniu-se na Rotunda da Boavista e caminharam em direção às instalações do Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social do Porto em forma de cordão humano, mostrando indignação contra os cortes nas prestações sociais.
Os manifestantes foram seguidos de perto por um dispositivo policial, composto por elementos da PSP que se deslocaram em carros, motas e a pé.
Vítor Silva, o organizador da manifestação, entregou o abaixo-assinado, com 255 assinaturas, contra "os cortes sociais, apoios, abonos e reformas".
"Entreguei o abaixo-assinado ao secretário do diretor. Disse-me que vão fazer o melhor e, caso seja necessário, vão averiguar os casos passo a passo", disse Vítor Silva.
O organizador do protesto, com 35 anos, referiu que o objetivo é o de "dizer ao Governo que pare de fazer injustiças" e que o povo tem que "vir para a rua mostrar que não pode ser assim".
"Recebia 515 euros, passei a receber 201 e agora recebo 49 euros", disse Vítor Silva, mencionando igualmente a medicação que tem que pagar, assim como as contas de água e da luz - para esta última o organizador pediu aos presentes um contributo - e aluguer de casa.
Francisco Moreira, de 29 anos e desempregado há três meses, afirmou que de 419 euros passou a receber 279 euros, tendo ainda a sua esposa desempregada para sustentar.
"Não dá para nada, quem me dera arranjar trabalho", disse.
Também Maria Judite Almeida, desempregada há seis anos, mostrou indignação relativamente aos cortes que sofreu no RSI, estando a receber 130 euros, uma quantia que refere não ser suficiente para os gastos que tem.
"Como é que eu pago os livros ao meu filho?", questionou a manifestante, de 48 anos, mencionando ainda que "vai ser cada vez mais difícil" lidar com os gastos em medicação, contas de água, luz e aluguer de casa.