Os eleitores italianos são chamados, domingo, a decidir sobre o futuro da energia nuclear no país através de um referendo exigido pelas forças de oposição, mas contestado pelo governo liderado por Sílvio Berlusconi.
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O referendo conta com apoio das principais forças da oposição, como o Partido Democrático (PD), o Itália dos Valores (IV) e o Partido Verde (PV), que defendem a suspensão definitiva da energia nuclear.
Apesar do recurso interposto pelo governo de Berlusconi, o Supremo Tribunal italiano e o Tribunal Constitucional acabaram por confirmar a realização da consulta pública.
O líder italiano defende que não existe qualquer razão para a realização do referendo, uma vez que a suspensão dos projectos nucleares foi decidida em Abril último pelas autoridades italianas.
Após o acidente na central de Fukushima (nordeste do Japão) em Março passado, Roma suspendeu um programa de reintrodução da energia nuclear lançado em 2008, anulando as normas relativas à localização e à construção de centrais.
A par da questão nuclear, os italianos vão ainda pronunciar-se sobre outras duas questões: sobre a liberalização da gestão da água e sobre a Lei dita "de impedimento legítimo".
Esta última permite a Berlusconi manter-se afastado dos tribunais durante 18 meses devido às funções de chefe do governo. Esta lei já foi submetida às emendas do Tribunal Constitucional.
Berlusconi está a responder actualmente em quatro processos: Mediatrade (alegada apropriação indevida e fraude fiscal), Mediaset (alegada fraude fiscal), Mills (alegado pagamento a um advogado em troca de um falso testemunho em tribunal) e o chamado caso "Rubygate", em que é acusado de abuso de poder e incitação à prostituição de menores.