Uma falha técnica adiou a experiência do CERN em 2008. Hoje, um problema na protecção do acelerador de partículas atrasou o arranque. Às 12 horas, foram retomadas as experiências de colisões entre feixes de protões.
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O grande acelerador de partículas do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), na Suíça, iniciou hoje, terça-feira, às 12 horas (hora de Portugal continental) as colisões entre feixes de protões, as primeiras criadas pelo homem a uma energia correspondente a 280 mil milhões de baterias de carro.
No entanto, a experiência, que deveria ter sido iniciada às 8 horas de Portugal continental, foi adiada por um curto período de tempo devido a um problema técnico. De acordo com Gaspar Barreira, do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), citado pela Agência Lusa, tratou-se somente "de um problema de protecção e não da máquina, que já está resolvido".
Desde as 12 horas, estão a ser forçados, dentro Large Hadron Collider (LHC), feixes de protões que irão movimentar-se em sentidos opostos, numa velocidade próxima da luz em vácuo, e que vão colidir no centro de quatro detectores.
A experiência pode, ainda, "lançar pistas para compreender a natureza da matéria", adiantou o investigador, que lembrou que esta é a única forma de se obterem novas partículas, como aquela que explica a origem da massa, e que nunca antes foi observada, ou a antimatéria.
Segundo Gaspar Barreira, os impactos no conhecimento da colisão de protões são "enormes". Os resultados da experiência serão relevantes também para áreas como a tecnologia da supercondutividade, as tecnologias que funcionam na ausência de atmosfera e até nas tecnologias de informação e computação.
A experiência já tinha sido tentada em Setembro de 2008, mas uma falha técnica obrigou a que fosse interrompida. O aceleramento de protões está a ser transmitido em directo no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, e num webcast na página oficial do CERN.