Alargar a venda de medicamentos não sujeitos a receita médica a quiosques, cafés, gasolineiras, postos de correio e outros pontos de venda mais próximos das populações é a mais recente proposta da Associação Nacional de Farmácias para aumentar o acesso e alargar a concorrência.
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A proposta, avançada esta terça-feira em comunicado, vai ser defendida por amanhã um responsável da associação num encontro sobre "Liberdade de escolha no acesso ao medicamento", que decorre na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
Passados 10 anos sobre a autorização da venda de medicamentos sem receita médica fora das farmácias, a ANF considera que "os resultados alcançados estão longe dos objetivos esperados".
Citando dados de um estudo do Infarmed publicado em janeiro, a ANF conclui que "o aumento da acessibilidade não se concretizou, estando os pontos de acesso a estes medicamentos localizados essencialmente nos maiores centros urbanos do litoral, o preço destes medicamentos é hoje cerca de 12% mais caro do que em 2005 e verifica-se uma elevada concentração deste mercado, com três entidades a apresentarem mais de 80% de todos os medicamentos vendidos".
Sendo assim, e embora saliente que continua a defender que o modelo de acesso aos medicamentos deveria continuar a ser baseado na farmácia e no farmacêutico, a ANF sugere que "mais vale maximizar as potencialidades de acesso e concorrência". Defende que o Governo deve equacionar o alargamento do leque de postos de venda deste tipo de medicamentos, dando como exemplo "o modelo mais liberal" de países como o Reino Unido, em que os medicamentos de venda livre são definidos em função de substâncias, doses e embalagens.