A diretora clínica do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, Fátima Lima, confirmou, esta sexta-feira, que a drenagem de doentes no serviço de urgência deste equipamento hospitalar está "comprometida" devido a um "número de camas diminuído".
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"A drenagem dos doentes graves fica comprometida porque há um grande número de doentes que precisa de ser internada e com o número de camas diminuído, os doentes têm de permanecer mais tempo no serviço de urgência", disse Fátima Lima.
A responsável falava aos jornalistas após uma visita de dirigentes da Ordem e de sindicatos dos Médicos ao serviço de urgência deste centro hospitalar, tendo começado por referir que "no CHVNG/E no que diz respeito à urgência o principal problema tem a ver com o número de doentes internados no âmbito do serviço de urgência".
"A solução é termos mais camas no nosso hospital", apontou Fátima Lima que, questionada sobre se estava a referir a doentes internados nos corredores e salas da urgência, uma vez que essa realidade tinha sido antes denunciada pela Ordem e pelos sindicatos, usou a expressão "internados no espaço que tivermos", sublinhando que a urgência "não é um espaço de internamento".
Já na sequência desta afirmação, em resposta à pergunta sobre se na urgência do CHVNG/E estão a ser internados doentes, Fátima Lima admitiu que sim: "Se o doente não tem onde ser drenado, tem de permanecer no serviço de urgência à espera de ter uma cama livre".
A responsável confirmou que o serviço de urgência está a registar a entrada de "mais doentes com critérios de internamento", mas sobre quantas horas é que um doente poderá esperar por uma cama, Fátima Lima escusou-se a apontar números específicos.
"Depende da saída dos outros serviços de drenagem. Nunca se pode dizer quanto tempo (...). Há doentes que podem esperar dois ou três dias. Podem esperar mais ou esperar menos. Há muitas variáveis a condicionar a libertação de uma cama", concluiu.
Esta manhã responsáveis do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM), do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Sindicato dos Médicos do Norte (SMN) visitaram a urgência do CHVNG/E e numa conferência de imprensa apontaram que este equipamento tem falta de camas para internamento, fala de profissionais necessários, entre outros aspetos.