O espanhol Samuel Aranda é o vencedor do World Press Photo 2011, o mais importante concurso mundial de fotojornalismo, com uma imagem de uma mulher de véu integral a abraçar um ferido durante a revolta popular no Iémen.
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O resultado foi anunciado, esta sexta-feira, em Amesterdão, na Holanda, pelos organizadores do prestigiante galardão.
A imagem do fotojornalista espanhol foi eleita entre as mais de 100 mil fotografias a concurso. Na edição deste ano, foram avaliados os trabalhos de 5.247 profissionais originários de 124 países.
A fotografia de Samuel Aranda, publicada no jornal "The New York Times", foi tirada a 15 de Outubro de 2011 em Sanaa, capital do Iémen, numa mesquita que foi transformada num hospital pelos opositores do presidente Ali Abdallah Saleh.
A imagem mostra uma mulher vestida com um véu integral a abraçar um familiar ferido.
"É uma fotografia que fala sobre toda a região", declarou Koyo Kouoh, um dos membros do júri, citado num comunicado.
"Ela representa o Iémen, o Egipto, a Tunísia, a Líbia, a Síria, tudo o aconteceu durante a Primavera Árabe'", frisou.
A fotografia do repórter espanhol mostra também "o lado privado, íntimo" da vaga de contestação popular que afetou diversos países árabes e "o papel desempenhado pelas mulheres", sublinhou.
Yasuyoshi Chiba distinguido com imagem de tsunami no Japão
O japonês Yasuyoshi Chiba foi outro dos distinguidos da edição de 2011 com uma reportagem fotográfica sobre as consequências do tsunami que devastou o Japão em Março do ano passado.
Uma das imagens mostra uma mulher a mexer no diploma de estudos da sua filha, encontrado no meio dos escombros da cidade de Higashimatsushima, a Norte de Fukushima.
O repórter fotográfico afegão Massoud Hossaini também viu o seu trabalho distinguido pelo júri do World Press Photo, com uma fotografia tirada num santuário xiita, cenário de uma explosão a 6 de Dezembro, em Cabul, Afeganistão.
A protagonista da imagem é uma criança afegã de 12 anos a gritar junto de vários mortos e feridos.
O russo Yuri Kozyrev foi reconhecido com o primeiro prémio da categoria "Informação" pela fotografia de um grupo de rebeldes líbios, captada a 11 de março em Ras Lanouf.
Na categoria "Assuntos Contemporâneos", o mexicano Pedro Pardo foi o vencedor com uma reportagem fotográfica sobre a guerra dos cartéis de droga no México.
O júri do World Press Photo atribuiu ainda uma menção especial a uma fotografia amadora do antigo líder líbio Muammar Kadafi, quando este foi capturado e arrastado para um veículo militar a 20 de Outubro de 2011 em Sirte, pouco antes da sua morte.
"A fotografia capta um momento histórico, a imagem de um ditador e da sua queda, que não teríamos visto se não fosse fotografada por um anónimo", afirmou o presidente do júri, Aidan Sullivan, em comunicado.