Japão suspeito de pagar a vários países para votarem em favor da caça à baleia
O Japão terá pago a representantes de vários estados para que apoiassem a sua campanha para o levantamento de uma moratória sobre a caça comercial da baleia, noticia hoje, domingo, o Sunday Times, alegando ter provas destas práticas.
Corpo do artigo
O jornal britânico diz ter feito um inquérito que lhe permite provar que responsáveis dos estados insulares de S. Cristóvão e Nevis, Grenada, Kiribati, bem como da Guiné Conacri e da Costa do Marfim estavam dispostos a discutir a possibilidade de rentabilizar o seu voto na Comissão Baleeira Internacional (CBI).
Os representantes destes países admitiram, refere o jornal, ter votado a favor da caça à baleia depois de terem recebido promessas de ajudas do Japão ou presentes em forma de dinheiro ou prostitutas.
O Japão desmentiu estas alegações: "O governo japonês não suporta nenhuma despesa de um membro de outro país membro da CBI ou com ligações à CBI", lê-se num comunicado do ministério japonês dos Negócios Estrangeiros, citado pelo jornal.
Jornalistas do “Sunday Times” fizeram-se passar por representantes de um milionário suíço com preocupações ecologistas e aproximaram-se dos representantes destes países, fazendo-lhes ofertas para os convencer a mudar o seu voto.
Esta operação foi feita antes de uma reunião prevista para Junho, em Marrocos, da Comissão Baleeira Internacional, que interditou a caça comercial à baleia em 1986. Nesse encontro, o Japão deveria pedir o levantamento de uma moratória.
O responsável pelas Pescas da Guiné revelou, durante as negociações com os jornalistas, que Tóquio tinha oferecido ao seu ministro um "mínimo" de mil dólares por dia, durante as reuniões da CBI e de outros eventos ligados à pesca.
Um responsável das pescas para as Ilhas Marshall explicou que o seu país "apoiava o Japão por causa do que lhes tinha oferecido".
Outro representante das pescas de Kiribati reconheceu que o voto do seu país dependia dos "benefícios" que recebesse na forma de ajudas, tendo também admitido que o Japão assumiu as despesas dos seus delegados.