Jardim critica "leviandade" dos "espíritos malignos" que exigem declaração de catástrofe
O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, criticou, esta terça-feira, a "leviandade" dos "espíritos malignos" que exigem a declaração de catástrofe na região na sequência dos incêndios que deflagraram na última semana nesta ilha.
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Falando na inauguração de novos pavilhões no Parque Empresarial de Câmara de Lobos, o líder madeirense disse estar "cansado" e que é "impressionante" verificar as consequências e devastação dos 400 fogos que deflagraram na última semana nesta ilha.
Jardim garantiu que "não vai retirar as corporações de bombeiros dos respetivos bombeiros, em nome de estratégias levianas" defendidas por alguns e censurou os "outros levianos que aparecem a querer que se declare o estado de catástrofe".
"Todos esses espíritos malignos que andam para aí a sugerir que se declare estado de catástrofe é o maior favor que podem fazer ao grande capital, dono das empresas de seguros", disse, argumentando que "isso na Madeira é um desastre, porque declarar estado de catástrofe numa zona de turismo é o mesmo que ir às agências de viagem e dizer que não vendam mais a Madeira".
O governante adiantou que, há que ter ainda em conta a questão dos seguros, sendo que "em caso de catástrofe as seguradoras não pagam" para ressarcir os danos.
Jardim afirmou que hoje, depois de ter percorrido todas as áreas afetadas pelos incêndios, "passou a acreditar ainda mais em milagres".
Alberto João Jardim "reiterou os agradecimentos a todos", sobretudo os bombeiros, considerando que durante a última semana se registaram três milagres:"o de Nossa Senhora do Monte, padroeira da Madeira, por ter feito o fogo circundar as casas, o trabalho profissional dos bombeiros e do pessoal que veio de Lisboa e o civismo do povo madeirense".
Referiu que "os casos mais graves se registaram no concelho de Santa Cruz e na Ponta do Pargo (Calheta), onde se encontra a maior extensão de área ardida" e se verifica o "maior prejuízo em termos agrícolas".
"Acho que há um desastre ecológico em Santa Cruz e no eixo Ponta do Pargo-Achadas da Cruz vamos ter que repor esse verde", declarou Jardim.
O líder madeirense sustentou que a partir de agora as câmaras municipais têm de aplicar "uma maior exigência em relação aos munícipes que não limpam os seus terrenos", uma situação que acaba por potenciar a propagação dos fogos.
Jardim sustentou que se não fosse as infraestruturas criadas na região e o empenho de todos, o desastre seria incalculável.
"Há danos e temos de ultrapassar e estou convencido que vamos festejar na mesma a autonomia", sublinhou o líder regional, mencionando ser "coincidência isto ter sido desencadeado na semana que estava prevista a Festa da Autonomia".
E concluiu: "Mas não desistimos e vamos celebrá-la a 09 de setembro, foi hoje decidido", na herdade do PSD-M, no Chão da Lagoa.