A decisão de renunciar ao pontificado trouxe mais "carinho" dos fiéis por Bento XVI, mas João Paulo II continua a ser "campeão" de vendas nas lojas de Fátima.
Corpo do artigo
"Os livros [de Joseph Ratzinger], enquanto Bento XVI, sempre tiveram saída, mas as biografias de João Paulo II foram sempre mais populares", explicou Gertrudes Oliveira, da livraria Verdade e Vida, localizada a poucos metros do Santuário de Fátima.
"A partir de agora vai ser visto com outro carinho", mas essa convicção da lojista não é suficiente para se concretizar na venda de produtos que vão desde as placas a imagens, medalhas e postais semeados pelas montras e interiores das casas de comércio da Cova de Iria.
Ao balcão de uma das lojas que circundam o recinto do Santuário, a Peregrina, Patrícia Ladeira frisou à Ãgência Lusa que "existem poucos produtos com a imagem de Bento XVI", mas mesmo que estivessem à venda "pouca diferença faria entre os fiéis".
Como sublinhou Gracinda Reis, da Galeria do Rosário, "quem faz o comércio são as pessoas" e, na verdade, "era óbvio que João Paulo II era muito mais popular".
Agora que Bento XVI renunciou, "que se recolheu, talvez o interesse seja outro", mas, para já, o mediatismo da decisão histórica pouca ou nenhuma influência teve no comércio que rodeia o recinto e enche as lojas da cidade, admitiu.
No dia em que Bento XVI deixa a liderança da Igreja Católica, raras são as casas em Fátima que exibem cartazes de agradecimento ao papa, que ali esteve em duas ocasiões - uma delas enquanto cardeal -, mesmo depois de um grupo de leigos católicos ter financiado e distribuído 400 mil cartazes que também chegaram à Cova da Iria.