A Maternidade Alfredo da Costa registou este ano um aumento de 14% das situações sociais, totalizando 1234 casos, mais do que em todo o ano de 2012, segundo dados avançados pelo Centro Hospitalar de Lisboa Central.
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Em 2012, foram contabilizados 1062 casos, precisam os dados do Centro Hospitalar de Lisboa Central, onde está a decorrer o II Congresso do Serviço Social do CHLC.
Já no Hospital D. Estefânia (HDE) foi registada uma quebra de 35% das sinalizações feitas ao Núcleo Hospitalar de Apoio à Criança e Jovem em Risco em 2012, ano em que foram efetuadas 122 sinalizações, contra 187 no ano anterior.
A maioria das sinalizações (43%) está associada à violência física, seguindo-se o abuso sexual (31%), a negligência (21) e o abuso emocional (3%).
"O elevado número de sinalizações relacionado com a violência física e o abuso sexual deve-se ao facto de o hospital possuir equipas especializadas, com competência para a deteção deste tipo de maus-tratos", explica o CHLC.
Nos últimos três anos, verificaram-se "muitos casos" no HDE que necessitaram da intervenção da Área de Apoio Social do CHLC.
Assim, em 2011 foram contabilizados 2366 episódios sociais, número que subiu para 2636 em 2012. No primeiro semestre deste ano foram registados 1351 casos.
A precariedade económica está na base da maioria destes casos, cerca de 75% nos últimos três anos, mas os casos relacionados com o desemprego têm vindo a subir, passando de 28% em 2011 para 41% em 2013.
Os problemas relacionados com o sistema de proteção estiveram na base de 11% dos casos em 2011, 6% no ano seguinte e 12% em 2013, enquanto os problemas relacionados com a habitação motivaram, respetivamente, 9%, 4% e 8% dos casos.
Nove por cento dos casos registados em 2011 estavam associados a crianças e jovens em perigo, número que desceu para 3% em 2012, mas que voltou a subir para 6% nos primeiros seis meses deste ano.
Para estes casos, o CHLC disponibiliza apoio alimentar, compra de medicação, transportes para garantir consultas ou tratamentos, banco de roupa, brinquedos, entre outros apoios.
Alta protelada
O CHLC registou também "muitos casos de adultos/idosos" que necessitaram da intervenção. No entanto, o número de doentes com alta protelada por motivos sociais é significativamente inferior ao número de doentes atendidos no apoio social: 9312 em 2011, 9894 em 2012 e 7925 este ano.
Os motivos identificados em 2012 para o protelamento da alta, e que são recorrentes em todos os anos, são a espera de vaga em centro de dia ou para apoio domiciliário, a atribuição de subsídio para integração em lar ou para cuidadora, a recusa da alta hospitalar, o facto de o doente não ter suporte familiar ou a inexistência de rede social de suporte.
Segundo o CHLC, "as causas que normalmente criam mais dias de protelamento da alta são as que se prendem com atribuição de subsídios para lar ou cuidador".
Os idosos com alta protelada têm, na grande maioria, mais de 70 anos, são mulheres, portadores de doenças crónicas incapacitantes, totalmente dependentes ou semidependentes, e estão em situação de risco social.
As famílias apresentam constrangimentos para lhes prestar apoio efetivo, refere o CHLC, adiantando que "o tempo de demora" para resolução destes casos prende-se com "as respostas atempadas ou não das redes de suporte".
Para dar resposta a algumas solicitações, o centro hospitalar criou o Banco de Roupa, o Banco Alimentar e o projeto "Ser Solidário no CHLC".