O número mortos devido a contaminação com uma variante da bactéria <em>Escherichia coli</em> subiu, esta sexta-feira, para seis, depois de serem registados mais três óbitos.
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Pouco antes, o Instituto Robert Koch (RKI), que coordena o combate ao surto, tinha informado que a contaminação de pessoas com a bactéria Escherichia coli (EHEC), que teve inicialmente origem em pepinos importados de Espanha, continua a aumentar rapidamente, e que foram detectados mais 60 casos em todo a Alemanha nas últimas horas, elevando para 276 o número de pessoas atingidas com mais gravidade.
No total já foram registadas mais de 80 infecções no prazo de uma semana, mais do que as que habitualmente se registam num ano na Alemanha.
Os especialistas sublinharam que a grande maioria dos contaminados são adultos, sobretudo mulheres jovens, nas quais a diarreia inicialmente provocada pela bactéria passa mais rapidamente a afectar os rins do que nos homens.
A bactéria é transmissível entre seres humanos e por isso a Direcção-Geral de Saúde já recomendou redobrados cuidados com a higiene.
As vítimas mortais mais recentes foram uma mulher idosa, de Cuxhaven, um homem de Hamburgo, de 38 anos, e uma mulher de 41 anos, igualmente de Cuxhaven.
A agressiva variante da EHEC provoca sérios danos nos intestinos e sobretudo nos rins.
As autoridades alemãs garantem que a infecção foi originada por pepinos importados de Espanha, de fruticultores em Málaga e Almeria e comercializados no mercado abastecedor de Hamburgo.
O foco infeccioso foi detectado em análises a quatro pepinos escolhidos ao acaso entre os legumes à venda no mercado central de Hamburgo.
Três dos pepinos eram espanhóis, um deles de produção biológica, mas as autoridades desconhecem a origem de cultivo do quarto pepino.
Um dos fornecedores espanhóis alegou que os legumes foram provavelmente contaminados na Alemanha, num acidente que provocou a queda de 180 embalagens de pepinos no mercado de Hamburgo, hipótese considerada provável por fiscais de controlo de alimentos alemães.
"Era preciso que tivesse caído pelo menos um camião de pepinos, para provocar tantas infecções como as que temos registado", disse o presidente da Associação de Controlo de Alimentos alemã, Thomas Muller, ao jornal Bild.
O mesmo responsável admitiu que os pepinos contaminados possam ter sido novamente lavados, antes de serem embalados, e que tenham entrado nesse momento em contacto com a bactéria na Alemanha.
Devido ao risco de contaminação e porque não foi possível apurar ainda se a bactéria EHEC apenas surgiu nos referidos pepinos, as autoridades sanitárias recomendaram aos consumidores que se abstenham de comer legumes crus, incluindo tomate e salada, sobretudo no norte da Alemanha, até agora centro das infecções.
Segundo o jornal espanhol El Mundo, a Alemanha importou já este ano um terço de toda a produção de pepinos espanhola, o que corresponde a 143 mil toneladas.