Marinho Pinto diz que discurso de Pinto de Abreu foi um "espectáculo degradante, cínico e oportunista"
O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, acusou o presidente do Conselho Distrital de Lisboa de, na sua intervenção no I Encontro Nacional de Jovens Advogados, fazer um "espectáculo degradante" com um discurso "cínico e oportunista".
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Depois de o presidente do Conselho Distrital de Lisboa, Carlos Pinto Abreu, ter acusado a Ordem dos Advogados de "discriminar e excluir" os advogados estagiários, abandonando a sessão de abertura do I Encontro Nacional de Jovens Advogados, o bastonário da Ordem, António Marinho e Pinto, considerou que aquela intervenção traduziu-se num "espectáculo degradante e numa chicana para a comunicação social".
Marinho Pinto disse que a razão para "súbito paternalismo, ternura e afecto pelos advogados estagiários" está relacionada com os mais de três milhões de euros que os estagiários da profissão tiveram de pagar aos concelhos distritais que, diz, "servem para alimentar muitos vícios e muitos honorários de alguns dirigentes da Ordem dos Advogados".
"O paternalismo com que muitas vezes se defende os advogados estagiários tem outras razões: nos últimos dois anos os advogados estagiários pagaram aos Conselhos Distritais mais de três milhões de euros do seu bolso, essa é que é a realidade", sustentou Marinho Pinto.
"Talvez seja esse o motivo que leva a espectáculos degradantes e de chicana para a comunicação social como o que aqui se assistiu há momentos", acrescentou.
O bastonário afirmou ainda que o comportamento de Carlos Pinto de Abreu "não é próprio dos advogados, não dignifica a Ordem e não enobrece a advocacia".
"Sei que já começou a campanha eleitoral, mas isto não pode justificar estes comportamentos. Todos temos direito de defender ideias, mas não atacando a dignidade e prestígio da Ordem com atitudes como aquelas que aqui assistimos", salientou Marinho Pinto, apelando para que a campanha eleitoral e as eleições decorram com "dignidade".
No final da sessão, Marinho Pinto disse à Lusa que as acusações do presidente do Conselho de Lisboa revelam "oportunismo e demagogia de pessoas que não olham a meios e estão sempre em campanha eleitoral por nunca ter aceitado os resultados das ultimas eleições".
"São discursos cínicos, porque não defendem os estagiários.
Nós, Conselho Geral, é que defendemos os estagiários porque reduzimos de 600 para 150 euros a taxa de inscrição para formação que pretendemos que seja gratuita", concluiu o bastonário.