O presidente do Conselho Distrital de Lisboa, Carlos Pinto de Abreu, acusou hoje, sábado, a Ordem dos Advogados de "discriminar e excluir" os estagiários da profissão, abandonando a sessão de abertura do I Encontro Nacional de Jovens Advogados.
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"É inadmissível que este encontro não esteja aberto a advogados estagiários e, por isso, não posso pactuar com exclusões e discriminações", afirmou Carlos Pinto de Abreu no final do seu discurso de intervenção, abandonando a sessão da manhã do I Encontro Nacional de Jovens Advogados, que se realiza este sábado em Cascais, por uma questão de "educação e princípios".
O presidente da Distrital de Lisboa da Ordem dirigiu-se ainda ao bastonário Marinho e Pinto, presente na mesa de convidados, afirmando que "é inaceitável que diga que é bastonário dos advogados e não dos advogados estagiários".
Carlos Pinto de Abreu apontou a falta de acesso dos advogados estagiários às bases de dados jurídicas e o impedimento de exercerem as mesmas competências estatutárias que os outros advogados, como formas "incompreensíveis de actuar".
"Face à obrigação que temos de formar advogados, é inadmissível que os advogados estagiários não tenham estes acessos", sustentou.
O responsável reconheceu que a criação de um Instituto de Apoio a Jovens Advogados foi "uma excelente ideia do Conselho Geral da Ordem", sublinhando, contudo, que "é um mau princípio e um erro grave que nela não estejam incluídos estagiários advogados".
Na sua intervenção, Carlos Pinto de Abreu disse ainda não ter sido convidado para o Encontro, sabendo da informação por terceiros.
"Nem sequer fui convidado para vir e deparei-me com o meu nome inscrito no programa sem que tivessem falado comigo", afirmou o responsável, salientando que a sua presença deve-se "somente, aos inscritos presentes".
O I Encontro de Jovens Advogados, promovido pelo Instituto de Apoio aos Jovens Advogados (IAJA), realiza-se hoje, sábado, no Teatro Gil Vicente, em Cascais.