Milhares de pessoas, com bandeiras amarelas e brancas nas mãos, saudaram o Papa Francisco à chegada a Colombo, no arranque de uma visita de dois dias com a qual iniciou novo périplo à Ásia que vai terminar nas Filipinas.
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O Papa Francisco exortou, esta terça-feira, ao "respeito dos direitos do homem" e à "procura da verdade" no Sri Lanka, país devastado por décadas de guerra civil, na sua chegada ao país para uma visita de dois dias.
"O processo de recuperação precisa de incluir a busca da verdade", disse depois de aterrar no aeroporto de Colombo, capital do país que ainda luta para curar as feridas do conflito entre o exército e a rebelião separatista Tamil derrotada em 2009.
"Todos os membros da sociedade devem trabalhar em conjunto, todos devem ter uma voz. Todos devem ser livres de expressar as suas preocupações, as suas necessidades, as suas aspirações e os seus medos", continuou o Papa.
Francisco sublinhou que a reconstrução passa pelo respeito dos direitos do homem, uma questão sensível no Sri Lanka, uma vez que dirigentes do país recusaram cooperar com o inquérito da ONU sobre as alegações de crimes de guerra cometidos contra civis no fim do conflito.
"A grande obra de reconciliação deve incluir a melhoria das infraestruturas e prover as necessidades materiais mas também, e ainda mais importante, ela deve promover a dignidade humana, o respeito dos direitos do homem e a plena integração de todos os membros da sociedade", declarou.
O Papa foi recebido no aeroporto de Colombo pelo novo presidente Maithripala Sirisena, que acaba de assumir funções e prometeu um inquérito independente sobre estas acusações de crimes de guerra alegadamente perpetrados sob a presidência do seu antecessor, Mahinda Rajapakse.
Num país com uma minoria de católicos (cerca de 6,2% da população), milhares de crentes e sobretudo curiosos interessados em ver de perto o Papa, acompanharam Francisco durante os cerca de 30 quilómetros que separam o aeroporto internacional de Bandaranaike e a capital cingalesa.
O Papa Francisco saudou os cingaleses que ocupavam as bermas das estradas a partir do papamóvel descoberto que usa nesta visita.
Esta terça-feira, estão agendados encontros com os bispos do Sri Lança e uma visita de cortesia ao novo presidente, Maithripala Sirisena.
O Sumo Pontífice também vai participar numa cerimónia inter-religiosa no país de 20 milhões de habitantes em que cerca de 70% da população professa o budismo, 15% o hinduísmo e 10% a religião muçulmana.
Um dos momentos mais destacados da visita do Papa Francisco ao Sri Lanka é uma missa num parque de Colombo e a visita ao santuário de Nossa Senhora de Madhu.
Durante a missa em Colombo vai ser realizada a canonização de José Vaz, um sacerdote de origem portuguesa nascido em Goa no século XVII, um "grande evento" para a comunidade católica deste país, segundo a igreja local.
Depois do Sri Lanka, o Papa parte para as Filipinas, onde termina a viagem a 19 de janeiro.