As associações profissionais de militares acordaram, esta quinta-feira, a realização de uma grande ação nacional de protesto para março, no seguimento de uma concentração em Lisboa contra as políticas do Governo para o setor.
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"O figurino e a data exata ainda vão ter que ser trabalhados, mas posso assegurar que no próximo mês de março iremos ter uma iniciativa de grande dimensão", declarou aos jornalistas o presidente da Associação Nacional de Sargentos, António Lima Coelho.
O responsável falava à margem de uma concentração no Largo Camões, em Lisboa, que juntou no final da tarde desta quinta-feira mais de 300 pessoas, mesmo debaixo de uma forte chuva que se fazia sentir então na capital.
Lima Coelho diz que no protesto de março todos serão "bem-vindos" para expressar o descontentamento pela situação do país, reclamando o presidente da ANS "respeito" pelos militares, o que, diz, não tem sucedido.
"O discurso da circunstância não é coerente nem coincidente com a prática, por muito que se venham chorar lágrimas de crocodilo. A nós exigem-nos a vida se necessário. No mínimo, demonstrem respeito efetivo", pede o presidente da ANS, dirigindo-se ao Governo mas também ao presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
A concentração desta quinta-feira, promovida pela ANS, Associação de Praças e a Associação de Oficiais das Forças Armadas, integrou uma série de discursos sobre o estado atual do setor, num ano, 2014, que as associações elegeram como o ano "em que exprimir a indignação já não é suficiente".
As associações de militares acordaram também em enviar ao Tribunal Constitucional um texto explicando "a dramática realidade" imposta aos profissionais e reformados do setor.