Ministério considera "fantasiosos" números de adesão à greve avançados por sindicato dos enfermeiros
O Ministério da Saúde classificou, esta quarta-feira, como "fantasiosos" os números de adesão à greve avançados pelo Sindicato dos Enfermeiros e acusou os sindicalistas de não reconhecerem o esforço dos "contribuintes" para a contratação de profissionais.
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Numa declaração escrita enviada à agência Lusa, o Ministério de Paulo Macedo indica que só será possível fazer um balanço da greve dos enfermeiros com o processamento de salários.
Contudo, adianta que, "como sempre se verifica posteriormente, os números apresentados pelo sindicato que convocou a greve são fantasiosos".
Segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), a esmagadora maioria dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou uma adesão acima dos 80%.
O Ministério da Saúde (MS) repete que lamenta o "recurso banalizado à greve", bem como "o prejuízo que isso representa para os cidadãos que não têm alternativa ao SNS".
"O MS recorda o esforço que tem sido feito pelos contribuintes nas circunstâncias atuais - e que o sindicato não reconhece, apesar de não haver registo semelhante ou aproximado na história do SNS - para a contratação de enfermeiros", refere a declaração enviada à Lusa.
A tutela lembra ainda que a proposta que está atualmente na mesa de negociações é a de avançar com a contratação de 1700 enfermeiros entre outubro deste ano e outubro do próximo ano.
Os enfermeiros portugueses cumprem hoje o primeiro de dois dias de greve nacional contra a "grave carência" de profissionais nas unidades públicas de saúde e pela dignificação da profissão e da carreira de enfermagem.