Ministro diz que anulações ou repetições do exame de Português serão decididas em breve
O ministro da Educação adiantou, quarta-feira, que eventuais anulações ou repetições do exame nacional de Português do 12.º ano serão decididas "o mais depressa possível", depois de terem sido denunciadas irregularidades na realização das provas.
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Em entrevista à RTP, Nuno Crato referiu que as perturbações na realização dos exames de Português na passada segunda-feira "serão avaliadas caso a caso" e que haverá uma decisão do Júri Nacional de Exames sobre eventuais anulações ou repetições da prova "o mais depressa possível", mas sem se comprometer com uma data.
No final do exame de Português os sindicatos, no momento em que faziam o balanço da adesão dos professores à greve desse dia, denunciaram várias irregularidades reportadas na realização dos exames.
Entre as denúncias recebidas pelos sindicatos estão a vigilância da prova de Português por professores da disciplina, a distribuição de alunos de salas onde não se puderam realizar exames por salas onde estes já estavam a decorrer, chegando a haver 30 alunos por sala, a utilização de espaços que "não são próprios" para a realização das provas ou a substituição "na hora" de docentes do secretariado de exames por outros sem consulta do conselho pedagógico, "como exige o regulamento", e o recrutamento de docentes "à porta da escola" para vigilância de provas sem que tivessem tido qualquer preparação para o efeito.
Na entrevista, o ministro justificou ainda a alteração da data dos exames de matemática para os alunos do 6.º e 9.º anos de escolaridade, hoje anunciada, de 27 de junho -- dia da greve geral -, para 26 de junho com o facto de no dia 27 não estar apenas em causa "um diálogo entre Governo e sindicatos da educação", o que, sublinhou, era o caso na greve de professores que afetou o exame nacional de Português do 12.º ano.
"Está em causa os transportes, a abertura das escolas pelos funcionários. Pensámos que seria muito arriscado e que poderia vir a criar uma instabilidade grande vir a fazer o exame nessa altura", afirmou.
O ministro recusou ainda que a lei da greve possa ter sido violada com a convocatória de todos os professores para vigiar nos exames nacionais na segunda-feira, e afirmou que "todos devem estar disponíveis para ajudar".