O presidente da União das Misericórdias Portuguesas disse, este sábado, que as instituições que representa só aceitam a devolução dos hospitais nacionalizados no pós-25 de Abril se, em avaliação caso a caso, concluírem que podem servir melhor os utentes.
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"O nosso objetivo é tratar das pessoas. Só aceitaremos os hospitais se estivermos convencidos, na avaliação caso a caso, que as vamos tratar melhor", afirmou Manuel Lemos à agência Lusa.
Falando no Porto, à margem do encerramento do Congresso Internacional das Misericórdias, o dirigente associativo disse que uma comissão nomeada pelo Governo para analisar a devolução de hospitais terá de concluir o seu relatório até 15 de outubro.
Insistindo que "cada caso é um caso" e pedindo um faseamento da operação de devolução das unidades hospitalares, Manuel Lemos fez este comentário: "Se nos virassem agora um balde de 20 ou 30 hospitais, morreríamos".
Tal como o JN noticia, cinco hospitais nacionalizados após o 25 de Abril serão devolvidos às misericórdias já no próximo ano, adiantando que os primeiros a transferir serão os de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim.
Manuel Lemos acrescentou que, no final do processo, um total de 30 hospitais poderá regressar à esfera das misericórdias, incluindo o Hospital Geral de Santo António, uma das duas unidades de fim-de-linha da cidade do Porto.
Num balanço de três dias do Congresso Internacional das Misericórdias, Manuel Lemos sublinhou que a organização previa 300 participantes e acabou por receber 700, incluindo representantes de países tão distintos como a França, a China e o Brasil.