Portugal registou, pela primeira vez, em 2001 um maior número de novos condutores femininos do que masculinos, o que se tem repetido desde então, excepto em 2009, revela o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres.
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Da análise à evolução do número de novas cartas de condução emitidas em Portugal, por género, entre 1950 e 2009, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) concluiu que 2001 marcou "definitivamente o ponto de viragem", em que pela primeira vez os novos condutores femininos suplantaram os masculinos.
Do total de 172 574 novos condutores em 2001, 87 483 eram mulheres e os restantes 85 091 homens.
Esta "novidade" tornou-se um hábito em todos os anos seguintes, à excepção de 2009, em que os "encartados" masculinos (55 751) voltaram a suplantar os femininos (54 496), indica o IMTT.
De acordo com aquele organismo, mais de seis milhões de portugueses obtiveram a carta de condução nos últimos 60 anos, dos quais 3 849 889 foram homens (mais de 60 por cento) e 2 463 713 mulheres (próximo dos 40 por cento).
A análise feita pelo IMTT indica também que a década de 90 registou os valores mais elevados de novos condutores, tendo sido emitidas, de 1991 a 1997, mais de 200 mil títulos por ano.
O ano "record" de emissão de novas cartas foi 1993, com o registo de 261 838 novos condutores. Desde então verificou-se uma tendência de diminuição do número de novos condutores por ano, com 2009 (110 247 novas cartas emitidas) a atingir o valor mais baixo dos últimos 23 anos, adianta o IMTT.
O organismo sublinha que a diminuição de novos condutores por ano, desde 1994, tem sido menos acentuada nos condutores femininos que, após 2001, têm suplantado os masculinos.
Segundo o IMTT, nos últimos 60 anos registou-se uma "evolução exponencial" de novos condutores, com uma "clara descontinuidade" logo após a Revolução do 25 de Abril de 1974 e aquando da entrada do País na União Europeia (UE) em 1986.
Após a adesão à UE, seguiu-se "um crescimento acentuadíssimo" de novos condutores, em linha com "o ambiente de expansão económica que então se verificava e com o apelo forte à motorização das famílias", salienta.