O papa Francisco pediu, esta segunda-feira, "perdão pelos pecados de omissão" cometidos pelos líderes da Igreja em relação aos abusos sexuais, que considerou "crimes graves".
Corpo do artigo
O papa utilizou a expressão "crimes graves" durante a homilia que celebrou no Vaticano e a que assistiram seis vítimas de abusos sexuais (dois alemães, dois britânicos e dois irlandeses) com quem se reuniu depois da cerimónia religiosa.
"Humildemente peço perdão" disse o Papa Francisco, reconhecendo que os líderes da Igreja Católica "não responderam de forma adequada às denúncias que foram apresentadas por familiares e por aqueles que foram vítimas de abuso".
O grupo foi recebido pelo papa na Casa de Santa Marta, onde Jorge Mario Bergoglio residiu desde que foi eleito em março de 2013.
Francisco anunciou este encontro, muito privado, no final de maio. As associações de vítimas aguardavam a realização deste encontro e mostraram-se surpreendidas por não ter ainda acontecido, considerando que o Vaticano não tinha feito o suficiente na luta contra a pedofilia.
O papa anunciou repetidamente a sua "tolerância zero" e a vontade de impor "sanções muito severas". Francisco comparou todo o padre que abusa de uma criança a alguém que comete o pior sacrilégio religioso, "uma missa negra".
O antigo arcebispo de Buenos Aires criou uma comissão de peritos para a proteção da infância no seio das instituições da Igreja católica.
Este encontro com as vítimas, tal como todos os que Bento XVI manteve durante várias das suas viagens, decorreu pela primeira vez no Vaticano.
O escândalo, revelado nos anos 2000, atingiu dezenas de milhares de crianças, em diferentes países, da Irlanda aos Estados Unidos. Os factos remontam à década de 1960 e 1970. A Igreja é acusada de ter tolerado e por vezes protegido os criminosos, sem ouvir as vítimas.
