O Prémio Nobel da Paz 2012 é anunciado, esta sexta-feira, em Oslo. Os nomes do filósofo norte-americano Gene Sharp, da egípcia Maggie Gobran e da ativista russa Svetlana Ganushkina são dados como favoritos.
Corpo do artigo
Gene Sharp, um teórico da não violência e fundador do Instituto Albert Einstein, teve grande influência em movimentos de todo o mundo, nomeadamente na "primavera árabe".
Já no ano passado estava entre os favoritos, mas contra si pode jogar a atribuição, há duas semanas, do chamado Nobel Alternativo pela fundação Right Livelihood Award.
Em Oslo fala-se muito de Maggie Gobran, uma copta egípcia, fundadora da organização não-governamental "Stephens Children" e considerada pela minoria cristã do seu país como uma espécie de Madre Teresa de Calcutá, a missionária que recebeu o Nobel da Paz em 1979.
Nos primeiros lugares aparece também Svetlana Ganushkina, fundadora da ONG de defesa dos direitos humanos russa Memorial, que pode ser prejudicada por o secretário do Comité Nobel Norueguês, o ex-primeiro-ministro Thorbjørn Jagland, liderar também o Conselho da Europa e não lhe interessar incompatibilizar-se com a Rússia.
O nome dos candidatos - que podem ser propostos por professores catedráticos em Direito ou Ciências Políticas, deputados ou antigos laureados - só é conhecido se os proponentes o divulgarem, já que o Comité Nobel só difunde a lista ao fim de 50 anos.
Para já, confirma apenas o número de candidatos, que este ano é de 231, entre os quais 43 organizações.
Este ano, sabe-se que constam da lista o bielorrusso Ales Beljatskij, a tunisina Lina Ben Mhenni, o canal de televisão Al Jazira, o congolês Denis Mukwege, o nigeriano John Onaiyekan, a somali Hawa Abdi, a ONG Human Rights Watch, a Campanha para o Control de Armas, a UE e o ex-chanceler alemão Helmut Kohl, entre outros.
O Nobel da Paz sempre envolveu alguma polémica, o que aumentou consideravelmente desde que, há quatro anos, Thorbjørn Jagland assumiu a liderança do Comité Nobel, com decisões muito controversas como a atribuição do prémio ao presidente norte-americano, Barack Obama, em 2009.
O Nobel da Paz é o único que se anuncia e entrega fora de Estocolmo, por decisão expressa do fundador dos prémios, o magnata sueco Alfred Nobel, já que naquele tempo a Noruega fazia parte do Reino da Suécia.