A avenida em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, vestiu-se de branco com as batas dos mais de 2500 médicos que, desta forma, se manifestaram pelo futuro do Serviço Nacional da Saúde, contra as políticas do ministro Paulo Macedo.
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Ao longo de duas horas, a avenida João Crisóstomo, onde fica situado o Ministério da Saúde, transformou-se num palco por onde passaram, e falaram, os representantes dos clínicos, dos sindicatos à Ordem, passando por estudantes e jovens médicos.
Esta avenida foi ainda percorrida por representantes de várias estruturas, como os secretários-gerais da UGT e da CGTP-IN, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), elementos de partidos políticos, como João Semedo (Bloco de Esquerda), Paula Santos (PCP) ou o advogado Garcia Pereira.
A concentração começou por volta das 15.00 horas, quando os médicos se reuniram em frente ao Ministério da Saúde, com cartazes e faixas com palavras de ordem e em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Além das batas brancas com que se apresentaram nesta concentração, muitos balões amarelos - que viriam a ser largados mais tarde - também coloriram a avenida.
Os números da adesão à greve foram transmitidos pelos sindicatos que convocaram a greve e a manifestação - Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e Sindicato Independente dos Médicos (SIM) -, recebendo aplausos dos manifestantes.
Pelo palco improvisado passaram também representantes de estudantes de medicina, dos internos ou dos Médicos Unidos.
O encerramento das intervenções coube ao bastonário da Ordem dos Médicos, organização que apoia o protesto, que classificou o dia de hoje como "o início de um novo futuro".
"As reformas não se fazem contra os profissionais, nem contra os doentes", disse José Manuel Silva.
As intervenções serviram ainda para dar a conhecer os apoios que a greve tem merecido, a nível internacional, como a Federação das Associações de Médicos de Saúde Pública de Espanha e uma Faculdade de Medicina do Brasil
Ao longo do tempo que durou o protesto, a porta do Ministério da Saúde esteve sempre guardada por meia dúzia de agentes de segurança, cuja presença foi também notada ao longo da avenida.
A iniciativa culminou com a largada de dezenas de balões amarelos, acompanhada de uma estridente salva de palmas.