Quatro estudantes portugueses foram hoje, quinta-feira, expulsos de um hotel de Lloret de Mar por provocarem distúrbios e causarem danos no mobiliário.
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O proprietário do Hotel Flamingo, Jordi Garcia, citado pela Agência Lusa, explicou que pernoitam naquele estabelecimento hoteleiro 800 portugueses e que "três ou quatro quartos foram a tónica discordante, em termos de sossego". A decisão foi comunicada às agências de viagens, que disponibilizaram uma alternativa aos estudantes expulsos. "Não podemos permitir que três ou quatro pessoas incomodem e provoquem desacatos", sentenciou o empresário.
Jorge Lopes, 18 anos, um dos alunos expulsos, manifestou à Lusa o seu mal-estar: "Acusaram-nos de fazer barulho e de atirar objectos pela varanda". Apesar dos "contratempos", Jorge Lopes assegurou que a viagem a Lloret de Mar superou as expectativas. Reconheceu alguns excessos, sobretudo no que diz respeito à ingestão de bebidas alcoólicas.
Este finalista, natural de Oliveira dos Azeméis, resume a semana de férias: "Basicamente dormíamos de manha e à tarde e de noite saíamos". Durante a estada nesta cidade da Costa Brava, Jorge Lopes teve a oportunidade de visitar Barcelona e o parque de diversões Portaventura.
O jovem discorda da imagem que os espanhóis têm do turismo estudantil português. Embora reconheça que os estudantes visam "desfrutar ao máximo", afirma que "os ingleses fazem muito pior". "Nós não vimos só com o objectivo de nos embebedarmos, drogarmos nem de ter sexo fácil. O principal objectivo é divertirmo-nos depois de tanto estudo", explicou, sublinhando que fez "muitas amizades espanholas".
No entanto, admite que a excursão pode estar direcionada para um consumo fácil de álcool, sobretudo tendo em conta os baixos preços das bebidas.
Jorge Lopes regressa hoje a Portugal com ressaca e sem ter dormido, mas espera poder voltar "com mais tranquilidade" a Lloret de Mar.
Outro aluno contactado pela Lusa considerou que "Lloret, a partir de quarta feira, pelo menos para os pais, já não vai ser o que era".
Um director hoteleiro manifestou à Lusa a sua preocupação por os alunos "estarem sozinhos". "Não se vêem responsáveis da excursão preocupados com os estudantes. Há alguns guias, mas há situações que poderiam ser evitadas se da parte da organização houvesse um maior controlo".
A Lusa contactou Ivo Correia, o director-geral de uma agência de viagens encarregada de dar apoio a mais de mil estudantes em Lloret de Mar. Para acompanhar estes estudantes enviou para Espanha 40 monitores.
Ivo Correia nega que o cartão que dá direito a duas bebidas por noite incite ao consumo desenfreado do álcool. "O que estamos a fazer é limitar o consumo", disse, sublinhando que "há um acordo com as discotecas para reduzir a quantidade de álcool que se serve aos jovens".
Para este responsável, em Lloret os estudantes "não têm uma atitude diferente da que têm em Portugal". "O que se pretende - acrescentou - é que haja diversão, sem esquecer os limites e o sentido da responsabilidade individual".
Ivo Correia assegurou que os seus clientes não protagonizaram quaisquer desacatos, embora tenha dado apoio aos alunos expulsos, apesar de não pertencerem à agência que representa.