O Quénia está a fechar as fronteiras aos viajantes da Guiné, da Libéria e da Serra Leoa, os três países mais afetados pela epidemia de Ébola.
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"No interesse da saúde pública, o Governo do Quénia (...) decidiu suspender temporariamente a entrada no Quénia de passageiros provenientes dos três países africanos afetados pelo vírus, ou seja, a Serra Leoa, a Guiné e a Libéria", disse o ministro queniano da Saúde, James Macharia, à agência AFP.
O ministro adiantou que a recusa de entrada vai acontecer a partir de quarta-feira, às 00.00 horas locais (22.00 horas de terça-feira em Portugal continental) e irá abranger todos os pontos de entrada no país.
Esta decisão não se aplica aos profissionais de saúde envolvidos na luta contra a epidemia e aos quenianos que voltam para casa, disse o ministro, ressalvando que vai ser feita "uma inspeção completa (. ..) e serão colocados de quarentena, se necessário".
A transportadora nacional Kenya Airways anunciou também a suspensão dos seus voos para Freetown e Monróvia, a partir de quarta-feira.
A Kenya Airways "vai acatar o nosso conselho de suspensão de voos comerciais para a Libéria e a Serra Leoa. A decisão vai ser efetiva na terça-feira, 19 de agosto à meia-noite (22.00 horas de terça-feira em Portugal continental), e é baseada na avaliação de risco do Ministério da Saúde queniano ", disse a transportadora aérea em comunicado.
Os voos para a Nigéria e Gana vão continuar, ressalva a Kenya Airways, especificando, contudo, que mantém o direito de cancelar os seus voos para qualquer outro destino "se a situação o exigir."
O diretor dos serviços médicos do Ministério da Saúde, Nicholas Muraguri, sublinhou que nenhum caso de Ébola foi identificado até agora no Quénia.
Em cinco meses, a epidemia de Ébola na África Ocidental, a pior desde a descoberta da doença em 1976, causou 1145 mortes, de acordo com o último relatório da Organização Mundial de Saúde de 13 de agosto: 380 na Guiné, 413 na Libéria, 348 na Serra Leoa e quatro na Nigéria.