As Administrações Regionais de Saúde e as Instituições de Solidariedade Social assinam hoje, sábado, acordos para a criação de mais 2159 lugares de internamento na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, um investimento de 140 milhões de euros. <br />
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A cerimónia, que vai ser presidida pelas ministras da Saúde, Ana Jorge, e do Trabalho e Solidariedade Social, Helena André, lança o alargamento da RNCCI, no âmbito do Programa Modular 2, que inclui 73 candidaturas aprovadas, que permitirão a criação de 2159 lugares de internamento nas diversas tipologias.
Em comunicado, o Ministério da Saúde refere que se trata de um investimento de 140 milhões de euros, dos quais 37,5 milhões de euros são da responsabilidade do Estado, financiados integralmente por verbas provenientes dos Jogos Sociais.
Até ao momento, a RNCCI deu resposta a cerca de 50 mil utentes e prestou cuidados domiciliários a mais de 4000 pessoas.
"O Programa Modelar 2 corresponde ao compromisso do Governo em antecipar de 2016 para 2013 a meta de cobertura nacional em cuidados continuados, que se deverá situar em 10.322 lugares em 2013", refere o Ministério da Saúde, em comunicado.
Esses lugares serão divididos por 2159 camas em Unidades de Convalescença, 1921 camas de Média Duração e Manutenção, 5970 novas camas de Longa duração e Manutenção e 272 camas para a prestação de Cuidados Paliativos.
Também para 2013 está previsto que em todos os Centros de Saúde do país haja, pelo menos, uma equipa de cuidados continuados domiciliários no âmbito da RNCCI.
Criada em 2006, a RNCCI tem como objectivo a prestação de cuidados continuados integrados a pessoas que se encontrem em situação de dependência.
Resulta de um projecto conjunto, desenvolvido desde a sua génese, em parceria entre os ministérios da Saúde e do Trabalho e Solidariedade Social, envolvendo na sua implementação e alargamento a participação e colaboração de um número indeterminado de prestadores de cuidados de saúde e apoio social.
Maioria dos apoiados têm mais de 65 anos
A maioria das pessoas apoiadas pela RNCCI é idosa, pobre, com baixa escolaridade e "pouca saúde", adiantou à Lusa a coordenadora da estrutura.
Segundo Inês Guerreiro, 80,5% dos utentes referenciados na rede têm mais de 65 anos e 42% mais de 80 anos. A maior parte vive com a família, que, muitas vezes, também tem uma idade avançada, e 21% vivem sozinhos.
O relatório da RNCCI de 2009 indica que houve um aumento dos utentes com mais de 80 anos no ano passado (39% em 2008), o que pressupõe "situações de menor autonomia e de maior dificuldade de recuperação".
Até 31 de Dezembro de 2009, havia 3938 camas a funcionar na rede (mais 37% do que em 2008): 1308 no Norte, 1196 no Centro, 743 em Lisboa e Vale do Tejo, 374 no Alentejo e 317 no Algarve.
Lisboa e Vale do Tejo é a região com menor cobertura e o Algarve a que tem maior, tal como já acontecia em 2008.
As equipas domiciliárias aumentaram 122% e as referenciações para cuidados paliativos cresceram 56%.