Ao final da manhã, no Centro Regional do Sangue, de Lisboa, as colheitas efectuadas já duplicavam as recolhas feitas ao longo do dia, num período normal.
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Àhora do almoço de ontem, o Centro Regional de Lisboa de Colheita de Sangue tinha já recolhido 120 unidades. O dobro do que costuma recolher ao longo de um dia, no resto do ano. O apelo lançado pelo presidente do Instituto Português do Sangue resultou em cheio. "Na sexta-feira, às nove da noite, apareceu-nos aqui um casal que ia a caminho de Alcobaça e voltou para trás para dar sangue", contam, ao JN, Leonilde Outerelo e Laura Castro, responsável pelo serviço de colheitas e directora do Centro Regional, respectivamente.
Ao final da manhã, a unidade móvel que se encontra estacionada no Hospital Egas Moniz, tinha também, realizado 33 colheitas, quando, habitualmente, realiza entre dez a doze, ao longo do dia. Esta unidade móvel funciona durante todo o ano e ontem, a única enfermeira de serviço, não tinha mãos a medir, tal a quantidade de dadores que ali acorreram.
O Centro Regional esteve aberto no Domingo e vai estar aberto amanhã, até às 20 horas. A quantidade de sangue já recolhida repõe a reserva de sangue (quatro mil unidades de 450 mililitros cada) no seu limite mínimo. Mas o objectivo é chegar às oito mil e quinhentas unidades e ter uma maior margem de segurança.
Isabel Cabral, de 23 anos, é dadora habitual. Mas só costuma dar sangue, quando há recolha, na zona de Oeiras, onde reside. Dado o apelo feito no final da semana passada, optou por se deslocar a Lisboa e cumprir "o seu dever cívico". A sua família é dadora habitual e todos, excepto os que não estão ainda em condições de o fazer, dão sangue regularmente. "Dou por que sim. Há sempre alguém a precisar", diz.
Luís Pinhal também é dador habitual. Já os pais eram e, quando cresceu, foi com total naturalidade que o começou a fazer. Costuma dar sangue três vezes por ano. Só estava a pensar fazê-lo daqui a uns meses, mas dada a urgência, antecipou a dádiva.