Sector contra proibição de venda de álcool em postos combustível e noutros locais após meia-noite
Os responsáveis pelo sector das bebidas alcoólicas manifestaram-se, esta terça-feira, contra a intenção do Governo de proibir a venda e consumo de bebidas alcoólicas em postos de combustível e, depois da meia-noite, em determinados estabelecimentos.
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A proposta de alteração ao decreto-lei de 2002 foi concebida por um grupo de trabalho interministerial composto por representantes dos sectores das bebidas alcoólicas, das áreas da saúde e da educação, que estão durante o dia de hoje reunidos em Loures, no Fórum Nacional Álcool e Saúde.
Apesar da proposta ser conjunta, há quem esteja contra algumas das medidas. Os representantes do sector das bebidas alcoólicas contestam a proibição de venda e consumo de bebidas alcoólicas em postos de combustível e são igualmente contra a intenção de aplicar a mesma proibição, depois das 24 horas, em espaços que não sejam restaurantes nem estabelecimentos de bebidas.
"Os representantes dos vinhos portugueses não podem deixar de estar contra as restrições à venda", disse aos jornalistas Isabel Ramana, da Associação de Empresas do Vinho do Porto.
Para Isabel Ramana, "não é pela repressão que se acaba com o abuso", mas sim pela "educação".
A responsável lembrou que medidas como estas podem ter um impacto negativo no sector ao provocar "uma diminuição do consumo moderado do vinho".
Já a principal alteração ao decreto-lei aprovado há dez anos -- que passa pelo aumento da idade de proibição da venda de álcool dos 16 para 18 anos -- é consensual.
"Em geral concordamos com as alterações propostas. A subida da idade para o consumo e compra é muito consistente", afirmou George Sandeman, da Sogrape Vinhos, lembrando no entanto que não basta criar legislação é também necessário apostar na fiscalização.
"A seguir à legislação vem a fiscalização. Atualmente já falta fiscalização, o que permite que os menores de 16 anos continuem a comprar e a consumir. É preciso mais fiscalização e mais sensibilização dos pais", defendeu George Sandeman.