Desde que surgiu a doença, 60 milhões foram infectados, mas as novas infecções diminuíram 17 % nos últimos oito anos, anunciou hoje, terça-feira, a ONUSida.
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"A tendência revela uma descida nas novas infecções em 17 por cento", desde 2001, com o principal progresso a registar-se na África Sub-Sariana, segundo o relatório anual deste organismo das Nações Unidas.
No ano passado, as infecções por VIH na África Sub-Sariana representaram 72 por cento do total de 2,7 milhões de novas infecções em todo o mundo.
De acordo com o documento, a epidemia terá atingido o seu pico em 1996 e parece agora ter estabilizado na maioria das regiões.
O relatório da ONUSida, elaborado em colaboração com a Organização Mundial de Saúde, estima que existam cerca de 33,4 milhões de pessoas infectadas pelo VIH, um pouco mais do que os 33,2 milhões estimados em 2007.
Estes números são obtidos com base em modelos matemáticos, com uma margem de erro de vários milhões de pessoas, alerta o organismo.
Enquanto o director executivo da ONUSida, Michel Sibidé, afirma que "existem provas de que a redução observada se deve, pelo menos em parte, à prevenção", alguns especialistas sustentam que pode apenas resultar de um enfraquecimento do próprio vírus.
Com a confirmação do declínio da infecção por VIH na maioria dos países, alguns especialistas defendem que deviam ser alterados os hábitos dos doadores internacionais.
A infecção pelo VIH é responsável por cerca de quatro por cento de todas as mortes, mas recebe cerca de 23 cêntimos por cada dólar destinado à saúde pública.
"Não devemos permitir que uma única doença continue a distorcer todo o sistema de atribuição de fundos, especialmente quando doenças que provocam uma mortalidade elevada em países em desenvolvimento, como a pneumonia e a diarreia, são muito mais fáceis e baratas de tratar", afirmou Philip Stevens, do International Policy Network, um "think thank" com sede em Londres.
No relatório da ONUSida, sustenta-se que a "sida continua a ser uma das principais prioridades em saúde pública" e apela-se para mais fundos para apoiar o esforço de combate à doença.
Um doente com VIH tem de efectuar a medicação específica por tempo indeterminado, pelo que a tendência é para aumentar o custo do tratamento da infecção, especialmente se surgirem muitas resistências aos fármacos em uso.
O relatório da ONUSida indica que, nos países onde está disponível tratamento, as taxas de novas infecções por VIH estabilizaram ou registam mesmo uma subida.