As principais centrais sindicais gregas convocaram uma greve geral para quinta-feira para protestar contra o encerramento da televisão e rádio pública grega.
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A par da paralisação de 24 horas, as duas centrais sindicais, GSEE (privado) e Adedy (público), apelaram ainda para a realização de uma manifestação junto das instalações da emissora estatal (ERT).
Qualificando a decisão do executivo de Atenas como "um golpe de Estado", a central sindical do setor privado GSEE criticou, num comunicado, a decisão governamental de encerrar a televisão e rádio pública grega, destacando "a persistência do Governo de assumir decisões antidemocráticas extremas".
A central sindical da administração pública, Adedy, denunciou "a morte brutal da ERT por um decreto legislativo (...), cujo objetivo é a supressão de organismos públicos e o despedimento de 14000 funcionários" no âmbito das políticas de austeridade.
O Governo grego anunciou, na terça-feira, o encerramento imediato da televisão e rádio pública grega, o que vai implicar o despedimento de 2700 pessoas. "A ERT é um caso de extraordinária falta de transparência e de incrível esbanjamento. Isso acaba agora", disse, na terça-feira, o porta-voz do Governo, Simos Kedikoglou, em conferência de imprensa.
Esta quarta-feira, o Atenas anunciou um projeto de lei para reorganizar o setor audiovisual público do país. "Um projeto de lei sobre a nova empresa grega de rádio, internet e televisão foi submetido hoje na secretaria-geral do Governo e será abordado numa reunião durante a tarde da comissão dos projetos de lei", indicou um comunicado do executivo.
Este projeto de lei, que deverá ser discutido entre os três partidos da coligação governamental e depois submetido ao parlamento para votação, prevê a constituição de uma "sociedade anónima pública pertencente ao Estado".
A nova empresa terá "a sua própria organização administrativa e económica e fica sob a égide do Estado", segundo o primeiro artigo deste projeto de lei.