O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde diz que não há razão para "alarme social" em Portugal relativamente à epidemia de ébola. "Não há caso de pânico, não há razão para alarme social", disse Fernando Leal da Costa, à margem das comemorações do Dia Mundial da Saúde, em Coimbra.
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Neste momento, "não há nenhuma alteração do perfil de risco, relativamente à população portuguesa", referiu, sublinhando, porém, que "o Governo tem noção daquilo que é a situação a nível mundial" e que se está a preparar "cada dia melhor para a eventualidade, ainda que remota, mas não impossível", de surgir um caso de ébola em Portugal.
"Por razões que têm que ver com o próprio tráfego aéreo, Portugal não é um dos países mais expostos no imediato à importação direta de doentes que possam eventualmente ter contactado com o ébola", sublinhou o secretário de Estado, em declarações aos jornalistas.
Fernando Leal da Costa realçou ainda que o caso da enfermeira infetada com ébola em Espanha "foi uma situação diversa".
Segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde, a epidemia de ébola já causou a morte de mais de 3800 pessoas num conjunto de oito mil infetados.
A Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri são os países mais atingidos pela epidemia, que também já causou mortes na Nigéria, Estados Unidos e Espanha.
O primeiro caso de contágio fora de África foi detetado no início do mês, em Espanha.
O ébola, que se transmite por contacto direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados, é um vírus que foi identificado pela primeira vez em 1976. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade é elevada. O período de incubação da doença pode durar até três semanas.
Em Portugal, os hospitais de referência definidos para atender estes casos são o Curry Cabral e o Dona Estefânia, em Lisboa, e o São João, no Porto.