Investigadores britânicos desenvolveram um teste ultra-sensível capaz de despistar o bacilo da tuberculose numa hora. Actualmente, a detecção demora oito semanas.
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O teste, em fase de investigação, permite despistar rapidamente todas as variantes da doença, a partir da identificação da "assinatura genética” do bacilo.
Segundo Catherine Arnold, que dirigiu o estudo, "tal significa que potencialmente podemos fazer um diagnóstico numa hora e começar imediatamente um tratamento caso haja necessidade".
Os métodos actuais de despistagem demoram oito semanas, durante as quais os pacientes desenvolvem a doença, podendo infectar muitas pessoas.
Existem actualmente outros testes genéticos, mas não permitem identificar certas formas de tuberculose.
A Agência para a Protecção da Saúde admite, no entanto, que faltam provavelmente "alguns anos" antes de propor o teste que está numa etapa preliminar do seu desenvolvimento.
O teste rápido para a detecção da tuberculose será experimentado ao longo do próximo ano em vários laboratórios do Reino Unido. Hoje, quarta-feira, será apresentado numa conferência científica na Universidade de Warwick.
Um outro teste da “concorrência”, desenvolvido por uma equipa americana, permite um diagnóstico em menos de duas horas, será apresentado na revista médica americana “New England Journal of Medicine”.
Este teste molecular será igualmente capaz de detectar se o bacilo responsável pela doença apresenta resistência ao tratamento, precisam os autores do estudo publicado no início do mês na versão online da revista científica.
Actualmente, pode ser preciso várias semanas de análises laboratoriais de forma a estabelecer um diagnóstico, utilizando técnicas que não evoluíram nos últimos cem anos.
A tuberculose é uma das principais causas de mortalidade no Mundo, com quase dois milhões de mortes por ano. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de nove milhões de novos casos foram reportados, nos últimos três anos.
A doença ressurgiu em países desenvolvidos, com, por exemplo, 8655 casos identificados no reino Unido, em 2008.