"DyNaVoiceR" é o nome da futura app que está em desenvolvimento no laboratório de investigação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. O projeto comandado pelo docente Aníbal Ferreira promete ajudar milhões de pessoas que sofrem de disfonia.
Corpo do artigo
"A pessoa vai estar a falar com outra tendo os seus auriculares e o microfone associados. É como se estivesse a fazer uma conversação telefónica normal, o smartphone vai captar o som através do microfone, vai analisá-la e vai reparar a voz de forma a mudar a voz sussurrada para uma voz sonora normal", explica o professor e investigador ao JN. O objetivo é que a pessoa se sinta confortável a passar a mensagem linguística com capacidade de projeção da voz e com "todas características de um orador".
O investigador apresentou, esta terça-feira, ao Jornal de Notícias, Dia Mundial da Voz, o avanço tecnológico no qual está a trabalhar, com um apoio de cerca de 240 mil euros da Fundação da Ciência e da Tecnologia, juntamente com o CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e a Universidade de Aveiro. Na prática, o projeto pretende ser a solução para todos aqueles doentes que sofrem de um tipo de voz disfónica particular: a afonia, que pode resultar de doenças oncológicas, de transtornos neurológicos ou distúrbios psicológicos.
"O dispositivo clássico nos últimos 20 anos, utilizado pelas pessoas que sofreram essa operação drástica, que é a laringectomia, em que a laringe é removida e não conseguem reproduzir a voz normal, não teve evolução tecnológica", lamenta Aníbal Rodrigues, afiançando que este novo projeto em forma de app será a esperança para quem não consegue comunicar. A app "DyNaVoiceR" poderá ver a luz do dia daqui a menos de três anos, altura em que se estima esteja concluída a investigação.